A PEDRA DE TROPEÇO PARA A REPÚBLICA UNIVERSAL
Tradução e condensação de um texto de Pe. Malachi Martin (*)
E por falar em conspirações dos inimigos de Cristo dentro do Vaticano, o excerto a seguir, extraído do capítulo Sete do livro Windsweep House (a casa varrida pelos ventos), do Pe. Malachi Martin, numa inquietante e reveladora narração dá muito que pensar sobre a "nova estrutura da Igreja" e certos constrangedores descompassos entre as Conferências Nacionais de Bispos do mundo com a Santa Sé e a autoridade suprema do Santo Padre em Roma outorgada pelo próprio Cristo.
As linhas abaixo reportam a um diálogo (70% verdadeiro e 30% ficcional, segundo o próprio autor) entre dois eminentes arquitetos do "processo" que pugnam pela nova ordem mundial e sua eminência o cardeal Cosimo Maestroianni, que na codificação usada pelo Pe. Martin refere-se ao antigo secretário de estado Agostino Casaroli. Esses dois proeminentes arquitetos de alta estirpe são designados pelos codinomes Cyrus Benthoek (na verdade, o falecido Bill Morrell) e o dr. Ralph Channing (provavelmente ainda vivo) [1].
A leitura força-nos a refletir sobre os sinais dos tempos, olhar de frente para a desoladora apostasia atual e os lamentáveis desatinos do pecado dela decorrentes. No entanto, o mais instigante e ao mesmo tempo consolador é que, aos olhos da Fé católica, haja o que houver Nosso Senhor Jesus Cristo continua e continuará no leme do barco de Pedro até o fim.
* * *
O plano
A política surgida da secretaria de estado do Vaticano pós-conciliar criou uma profunda fissura na hierarquia católica. A imensa maioria dos Bispos, particularmente no Ocidente, entusiasmou-se com esta nova orientação da Igreja.
Esses Bispos compreenderam que, se não se convertessem em participantes ativos na construção da nova ordem global, articulada nos bastidores por um seleto grupo de diplomatas supranacional e sócios na criação de uma utópica Europa unificada com vistas a um futuro governo único mundial, seriam absorvidos pela vida cotidiana de seus compatriotas e se tornariam prelados de uma Igreja de novas catacumbas.
No entanto, um problema permanecia. O ocupante do trono pontifício permanece encaminhando seus esforços em uma direção diferente. O Papa é legítimo herdeiro da inaceitável persuasão de que sua Igreja incorpora uma autoridade absoluta e que se converte em mandatos doutrinais que impedem aos católicos adaptarem-se ao ritmo dos demais cidadãos do mundo.
Para essa nova orientação da Igreja, tanto a soberania nacional como religiosa não somente seriam inúteis como necessidade estratégica para a sobrevivência, mas, sobretudo, converter-se-iam positivamente em uma ameaça para a mesma e em um inimigo do progresso para a nova e harmoniosa morada da humanidade.
Se por um lado os Bispos se viam entusiasmados com as inovações introduzidas na Igreja, por outro, a autoridade papal ainda conserva sua vigência para muitos católicos e exerce uma profunda influência mesmo além do Catolicismo. A oficina papal permanece como o centro exclusivo de poder soberano, para as mentes e as vontades dos crentes. Poder soberano para decidir as crenças dos fiéis, e para decretar as normas precisas de sua conduta, tanto em sua vida pública como privada.
Para essa nova orientação da Igreja de adaptação ficava claro que, uma vez eliminadas a soberania tanto religiosa quanto política, como força perniciosa para os assuntos da humanidade, deveria se elaborar uma maquinaria persuasiva e legalmente aceitável que satisfizesse um duplo objetivo: ocupar-se da doutrina e da tradição centenárias desta Igreja, segundo as quais o poder e autoridade radicam da oficina pontifícia, e, além disso, evitar a ruptura da união entre os Bispos e o Papa. Sem dita união, não existiria a Igreja universal. Sua utilidade sócio global desapareceria.
Portanto, o plano seria levar a cabo um programa encaminhado a despojar a oficina papal de seu poder autoritário. Um programa que transformasse a própria unidade em um fator operativo primordial que favorecesse o progresso da utopia globalista.
Para os Bispos ficou bem claro no Concílio Vaticano II que, como sucessores dos doze apóstolos, compartilham a autoridade do governo da Igreja universal com o Bispo de Roma.
Depois do dito concílio, os Bispos fundaram suas próprias conferências nacionais e, em certas conferências nacionais de Bispos se transformaram em conferências regionais. Transcorridos vinte e cinco anos, o resultado foi uma nova estrutura na Igreja. Em lugar de uma linha de poder única, exclusivista e unidirecional que desde o Papa se estendia a toda a Igreja universal, dispunha-se agora de múltiplos níveis de linhas de poder entrelaçadas. Tantas linhas de poder como conferências nacionais e regionais.
Em uma palavra, a Igreja universal transformara-se numa deformação, numa rede formada por ditas conferências episcopais que, por sua própria natureza e seu mandato, estão dispostas a uma constante ação e reação com a chancelaria vaticana e com o próprio papado. E ainda que cada conferência esteja presidida por um Bispo local, todos os Bispos passaram a depender do que eles denominam “periti” (peritos) ou assessores experts. Esses peritos [que inoculam ideologias dissolventes e revolucionárias] exercem influência decisiva nos Bispos do Concílio Vaticano II.
O resultado foi que muitos desses Bispos passaram a discordar da política do pontificado e começaram a limitar o alcance e a influência do que antes era a única linha de poder do papado. Conseguiu-se chegar ao ponto de centrarem o foco de sua insatisfação com Roma.
Assim, almejou-se um plano ainda mais ambicioso do que simplesmente a destituição ou renúncia voluntária do titular da oficina papal. Arquitetou-se uma espécie de indução para a alteração do senso comum da maioria dos quatro mil Bispos ao redor do mundo, idealizando-se um instrumento de validade canônica, denominado apropriadamente como “critério comum dos Bispos”. Uma vez alcançado este objetivo, poder-se-ia deixar de ser Papa quem estivesse ocupando a cátedra papal. Em seu lugar, os próprios Bispos exigiriam um Papa unificador. Um Papa com o qual se sentiriam comodamente unidos em um corpo episcopal. Ou seja, o critério comum dos Bispos deveria considerar logicamente ao Papa como vigário de Cristo, senão como vigário de Pedro, primeiro Bispo de Roma. Ainda assim, o critério comum dos Bispos deveria considerar logicamente a todos os Bispos, unidos e de forma igualitária, como vigários coletivos de Jesus Cristo.
Se esse critério fosse adotado como doutrina oficial da Igreja, a estrutura governamental da mesma experimentaria uma profunda transformação.
Desapareceria o centralismo do Vaticano. Em assuntos religiosos, o Papa deixaria de ser o pastor supremo. Em assuntos políticos, perderia sua soberania. As mudanças não teriam que ser confirmadas pelo sumo pontífice para adquirir validez.
Para a consumação desse plano, três etapas eram necessárias.
Primeiro passo
O primeiro passo seria o mais difícil. Mediante o veículo de suas próprias Conferências, enlear-se-iam os Bispos por meio das vantagens práticas e pelos benefícios da nova ordem mundial. A estratégia consistiria em centrar primeiramente nas conferências presididas pelos Bispos mais influentes, sendo as conferências fundamentais as da Europa ocidental.
Os Bispos desses países possuem as tradições mais antigas e mais ricas, e a população das zonas em que vivem esses Bispos se homogeneizaria e unificaria para formar a grande e utópica Europa futura. Além disso, os Bispos compreenderiam que sua inclusão no novo conselho público seria essencial para todos os aspectos da viabilidade de sua organização.
Oferecer-se-iam vantagens indispensáveis para suas necessidades. Facilidades bancárias, por exemplo. Facilidades sociais para seus esforços evangelizadores. Uma legislação favorável a seus direitos civis, à sua situação no campo do ensino, à sua situação tributária, e ao privilégio em processos contra clérigos que cometessem algum deslize.
Com a evolução desse pretendido consenso, os Bispos discordariam gradativamente da política papal.
Graças aos múltiplos níveis de conferências episcopais, induzir-se-ia outro nível de consenso, um consenso sólido, votado formalmente e expresso de maneira aberta: o critério comum dos Bispos.
Dito instrumento se faria evidente em termos categóricos como os seguintes: o Santo Padre vigente não é unificador. O critério dos Bispos aspiraria a um Papa unificador. O critério dos Bispos exigiria que demitisse de seu cargo, como se obriga atualmente a qualquer outro bispo aos setenta e cinco anos.
Mesmo a um Papa determinado seria impossível suportar a extraordinária pressão exercida por dito instrumento formal de sua própria Igreja: o critério comum dos Bispos, expresso de forma oficial através das conferências episcopais, mediante o qual o conjunto de Bispos exigiria sua demissão. Resumindo, previa-se um período de dois a três anos para que o Papa vigente apresentasse sua demissão.
Segundo passo
Quando qualquer outro bispo se demite, o sumo pontífice recebe sua demissão, que aceita ou rejeita. No entanto, desde que não se possa esperar que seja ele mesmo, o Papa, quem receba e aceite sua própria demissão, empregar-se-iam outros meios, como de um grupo de Bispos igualmente aceitável desde um ponto de vista constitucional, que recebesse e aceitasse a demissão papal. Somente em raras ocasiões exercem os Bispos conjuntamente sua jurisdição episcopal e atuam como um só corpo. Mas dispor-se-ia de dito corpo, o sínodo episcopal internacional, que se reúne de vez em quando em Roma. Posto que atua de modo hierárquico em nome de todo o episcopado e a petição da Igreja universal, o sínodo apresentar-se-ia como o órgão evidente para receber e aceitar a demissão papal.
Terceiro passo
O mais fácil. Organizar-se-ia um conclave papal como estabelece a antiga tradição para a eleição de um novo Papa.
O pretendido critério comum dos Bispos seria inútil, a não ser que se conseguisse incorporar aos Bispos de forma ativa e rentável a estrutura unificada da grande Europa Unificada, um dos importantes e últimos passos no processo de implementação da nova ordem mundial.
* * *
Segundo o autor, este plano foi arquitetado secretamente por alguns poucos prelados de elevada hierarquia e mentalidade progressista/modernista (heresias já condenadas pelos Papas pré-conciliares) em conluio com globalistas supranacionalistas para boicotarem o pontificado do bem-aventurado João Paulo II. Durante o final de seu reinado ocorreram inúmeras pressões nesse sentido. Certamente muitas outras ocorrerão com relação a Bento XVI. No entanto, ao longo desses dois milênios, conforme sua divina promessa, Nosso Senhor Jesus Cristo permanece fiel detentor do leme da barca de Pedro, a Igreja terrena, até a consumação dos séculos.
____
Notas:
(*) O presente texto foi condensado de excertos do capítulo 14 do livro escrito por Pe. Malachi Martin, Windswept House: A Vatican Novel (A Casa Varrida pelos Ventos).
Tradução e adaptação: A. José G. C.
1 - Esse estranho personagem é descrito na p. 125 de seu livro ligado entre outras correntes à sociedade secreta Ordo Templi Orienti. Assim é descrito pelo autor: "Dr. Ralph Channing poderia ter sido considerado um homem estranho. vez disso, porém, ele era claramente algo mais do que um ponto. Nascido em uma família huguenote estabelecido há muito tempo, em Maine, Channing tinha feito os seus estudos na Universidade de Yale em religião comparada e teologia. Reconhecido por seu enciclopédico entender os registros dos Cavaleiros Templários, da tradição do Santo Graal e da Maçonaria - em particular a Ordo Templi Orientis, ou OTO,. Templo Oriental - ele havia se tornado um arquivista conhecido por diversos grupos de estudiosos humanistas Como titular professor em uma universidade americana topo, sua influência se estendeu ao redor do mundo através de uma ladainha bem-recebido de livros, folhetos, artigos, palestras e seminários.
Tradução e condensação de um texto de Pe. Malachi Martin (*)
E por falar em conspirações dos inimigos de Cristo dentro do Vaticano, o excerto a seguir, extraído do capítulo Sete do livro Windsweep House (a casa varrida pelos ventos), do Pe. Malachi Martin, numa inquietante e reveladora narração dá muito que pensar sobre a "nova estrutura da Igreja" e certos constrangedores descompassos entre as Conferências Nacionais de Bispos do mundo com a Santa Sé e a autoridade suprema do Santo Padre em Roma outorgada pelo próprio Cristo.
As linhas abaixo reportam a um diálogo (70% verdadeiro e 30% ficcional, segundo o próprio autor) entre dois eminentes arquitetos do "processo" que pugnam pela nova ordem mundial e sua eminência o cardeal Cosimo Maestroianni, que na codificação usada pelo Pe. Martin refere-se ao antigo secretário de estado Agostino Casaroli. Esses dois proeminentes arquitetos de alta estirpe são designados pelos codinomes Cyrus Benthoek (na verdade, o falecido Bill Morrell) e o dr. Ralph Channing (provavelmente ainda vivo) [1].
A leitura força-nos a refletir sobre os sinais dos tempos, olhar de frente para a desoladora apostasia atual e os lamentáveis desatinos do pecado dela decorrentes. No entanto, o mais instigante e ao mesmo tempo consolador é que, aos olhos da Fé católica, haja o que houver Nosso Senhor Jesus Cristo continua e continuará no leme do barco de Pedro até o fim.
* * *
O plano
A política surgida da secretaria de estado do Vaticano pós-conciliar criou uma profunda fissura na hierarquia católica. A imensa maioria dos Bispos, particularmente no Ocidente, entusiasmou-se com esta nova orientação da Igreja.
Esses Bispos compreenderam que, se não se convertessem em participantes ativos na construção da nova ordem global, articulada nos bastidores por um seleto grupo de diplomatas supranacional e sócios na criação de uma utópica Europa unificada com vistas a um futuro governo único mundial, seriam absorvidos pela vida cotidiana de seus compatriotas e se tornariam prelados de uma Igreja de novas catacumbas.
No entanto, um problema permanecia. O ocupante do trono pontifício permanece encaminhando seus esforços em uma direção diferente. O Papa é legítimo herdeiro da inaceitável persuasão de que sua Igreja incorpora uma autoridade absoluta e que se converte em mandatos doutrinais que impedem aos católicos adaptarem-se ao ritmo dos demais cidadãos do mundo.
Para essa nova orientação da Igreja, tanto a soberania nacional como religiosa não somente seriam inúteis como necessidade estratégica para a sobrevivência, mas, sobretudo, converter-se-iam positivamente em uma ameaça para a mesma e em um inimigo do progresso para a nova e harmoniosa morada da humanidade.
Se por um lado os Bispos se viam entusiasmados com as inovações introduzidas na Igreja, por outro, a autoridade papal ainda conserva sua vigência para muitos católicos e exerce uma profunda influência mesmo além do Catolicismo. A oficina papal permanece como o centro exclusivo de poder soberano, para as mentes e as vontades dos crentes. Poder soberano para decidir as crenças dos fiéis, e para decretar as normas precisas de sua conduta, tanto em sua vida pública como privada.
Para essa nova orientação da Igreja de adaptação ficava claro que, uma vez eliminadas a soberania tanto religiosa quanto política, como força perniciosa para os assuntos da humanidade, deveria se elaborar uma maquinaria persuasiva e legalmente aceitável que satisfizesse um duplo objetivo: ocupar-se da doutrina e da tradição centenárias desta Igreja, segundo as quais o poder e autoridade radicam da oficina pontifícia, e, além disso, evitar a ruptura da união entre os Bispos e o Papa. Sem dita união, não existiria a Igreja universal. Sua utilidade sócio global desapareceria.
Portanto, o plano seria levar a cabo um programa encaminhado a despojar a oficina papal de seu poder autoritário. Um programa que transformasse a própria unidade em um fator operativo primordial que favorecesse o progresso da utopia globalista.
Para os Bispos ficou bem claro no Concílio Vaticano II que, como sucessores dos doze apóstolos, compartilham a autoridade do governo da Igreja universal com o Bispo de Roma.
Depois do dito concílio, os Bispos fundaram suas próprias conferências nacionais e, em certas conferências nacionais de Bispos se transformaram em conferências regionais. Transcorridos vinte e cinco anos, o resultado foi uma nova estrutura na Igreja. Em lugar de uma linha de poder única, exclusivista e unidirecional que desde o Papa se estendia a toda a Igreja universal, dispunha-se agora de múltiplos níveis de linhas de poder entrelaçadas. Tantas linhas de poder como conferências nacionais e regionais.
Em uma palavra, a Igreja universal transformara-se numa deformação, numa rede formada por ditas conferências episcopais que, por sua própria natureza e seu mandato, estão dispostas a uma constante ação e reação com a chancelaria vaticana e com o próprio papado. E ainda que cada conferência esteja presidida por um Bispo local, todos os Bispos passaram a depender do que eles denominam “periti” (peritos) ou assessores experts. Esses peritos [que inoculam ideologias dissolventes e revolucionárias] exercem influência decisiva nos Bispos do Concílio Vaticano II.
O resultado foi que muitos desses Bispos passaram a discordar da política do pontificado e começaram a limitar o alcance e a influência do que antes era a única linha de poder do papado. Conseguiu-se chegar ao ponto de centrarem o foco de sua insatisfação com Roma.
Assim, almejou-se um plano ainda mais ambicioso do que simplesmente a destituição ou renúncia voluntária do titular da oficina papal. Arquitetou-se uma espécie de indução para a alteração do senso comum da maioria dos quatro mil Bispos ao redor do mundo, idealizando-se um instrumento de validade canônica, denominado apropriadamente como “critério comum dos Bispos”. Uma vez alcançado este objetivo, poder-se-ia deixar de ser Papa quem estivesse ocupando a cátedra papal. Em seu lugar, os próprios Bispos exigiriam um Papa unificador. Um Papa com o qual se sentiriam comodamente unidos em um corpo episcopal. Ou seja, o critério comum dos Bispos deveria considerar logicamente ao Papa como vigário de Cristo, senão como vigário de Pedro, primeiro Bispo de Roma. Ainda assim, o critério comum dos Bispos deveria considerar logicamente a todos os Bispos, unidos e de forma igualitária, como vigários coletivos de Jesus Cristo.
Se esse critério fosse adotado como doutrina oficial da Igreja, a estrutura governamental da mesma experimentaria uma profunda transformação.
Desapareceria o centralismo do Vaticano. Em assuntos religiosos, o Papa deixaria de ser o pastor supremo. Em assuntos políticos, perderia sua soberania. As mudanças não teriam que ser confirmadas pelo sumo pontífice para adquirir validez.
Para a consumação desse plano, três etapas eram necessárias.
Primeiro passo
O primeiro passo seria o mais difícil. Mediante o veículo de suas próprias Conferências, enlear-se-iam os Bispos por meio das vantagens práticas e pelos benefícios da nova ordem mundial. A estratégia consistiria em centrar primeiramente nas conferências presididas pelos Bispos mais influentes, sendo as conferências fundamentais as da Europa ocidental.
Os Bispos desses países possuem as tradições mais antigas e mais ricas, e a população das zonas em que vivem esses Bispos se homogeneizaria e unificaria para formar a grande e utópica Europa futura. Além disso, os Bispos compreenderiam que sua inclusão no novo conselho público seria essencial para todos os aspectos da viabilidade de sua organização.
Oferecer-se-iam vantagens indispensáveis para suas necessidades. Facilidades bancárias, por exemplo. Facilidades sociais para seus esforços evangelizadores. Uma legislação favorável a seus direitos civis, à sua situação no campo do ensino, à sua situação tributária, e ao privilégio em processos contra clérigos que cometessem algum deslize.
Com a evolução desse pretendido consenso, os Bispos discordariam gradativamente da política papal.
Graças aos múltiplos níveis de conferências episcopais, induzir-se-ia outro nível de consenso, um consenso sólido, votado formalmente e expresso de maneira aberta: o critério comum dos Bispos.
Dito instrumento se faria evidente em termos categóricos como os seguintes: o Santo Padre vigente não é unificador. O critério dos Bispos aspiraria a um Papa unificador. O critério dos Bispos exigiria que demitisse de seu cargo, como se obriga atualmente a qualquer outro bispo aos setenta e cinco anos.
Mesmo a um Papa determinado seria impossível suportar a extraordinária pressão exercida por dito instrumento formal de sua própria Igreja: o critério comum dos Bispos, expresso de forma oficial através das conferências episcopais, mediante o qual o conjunto de Bispos exigiria sua demissão. Resumindo, previa-se um período de dois a três anos para que o Papa vigente apresentasse sua demissão.
Segundo passo
Quando qualquer outro bispo se demite, o sumo pontífice recebe sua demissão, que aceita ou rejeita. No entanto, desde que não se possa esperar que seja ele mesmo, o Papa, quem receba e aceite sua própria demissão, empregar-se-iam outros meios, como de um grupo de Bispos igualmente aceitável desde um ponto de vista constitucional, que recebesse e aceitasse a demissão papal. Somente em raras ocasiões exercem os Bispos conjuntamente sua jurisdição episcopal e atuam como um só corpo. Mas dispor-se-ia de dito corpo, o sínodo episcopal internacional, que se reúne de vez em quando em Roma. Posto que atua de modo hierárquico em nome de todo o episcopado e a petição da Igreja universal, o sínodo apresentar-se-ia como o órgão evidente para receber e aceitar a demissão papal.
Terceiro passo
O mais fácil. Organizar-se-ia um conclave papal como estabelece a antiga tradição para a eleição de um novo Papa.
O pretendido critério comum dos Bispos seria inútil, a não ser que se conseguisse incorporar aos Bispos de forma ativa e rentável a estrutura unificada da grande Europa Unificada, um dos importantes e últimos passos no processo de implementação da nova ordem mundial.
* * *
Segundo o autor, este plano foi arquitetado secretamente por alguns poucos prelados de elevada hierarquia e mentalidade progressista/modernista (heresias já condenadas pelos Papas pré-conciliares) em conluio com globalistas supranacionalistas para boicotarem o pontificado do bem-aventurado João Paulo II. Durante o final de seu reinado ocorreram inúmeras pressões nesse sentido. Certamente muitas outras ocorrerão com relação a Bento XVI. No entanto, ao longo desses dois milênios, conforme sua divina promessa, Nosso Senhor Jesus Cristo permanece fiel detentor do leme da barca de Pedro, a Igreja terrena, até a consumação dos séculos.
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Notas:
(*) O presente texto foi condensado de excertos do capítulo 14 do livro escrito por Pe. Malachi Martin, Windswept House: A Vatican Novel (A Casa Varrida pelos Ventos).
Tradução e adaptação: A. José G. C.
1 - Esse estranho personagem é descrito na p. 125 de seu livro ligado entre outras correntes à sociedade secreta Ordo Templi Orienti. Assim é descrito pelo autor: "Dr. Ralph Channing poderia ter sido considerado um homem estranho. vez disso, porém, ele era claramente algo mais do que um ponto. Nascido em uma família huguenote estabelecido há muito tempo, em Maine, Channing tinha feito os seus estudos na Universidade de Yale em religião comparada e teologia. Reconhecido por seu enciclopédico entender os registros dos Cavaleiros Templários, da tradição do Santo Graal e da Maçonaria - em particular a Ordo Templi Orientis, ou OTO,. Templo Oriental - ele havia se tornado um arquivista conhecido por diversos grupos de estudiosos humanistas Como titular professor em uma universidade americana topo, sua influência se estendeu ao redor do mundo através de uma ladainha bem-recebido de livros, folhetos, artigos, palestras e seminários.
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