quinta-feira, 31 de maio de 2012

Sermão do Pe. Francois Chazal (FSSPX), na Coréia do Sul - Parte II


[Tradução: Maria Dolores Ribeiro Orge] Parte II A Verdade adulterada À luz do anterior, podemos determinar que submeter-nos a Bento XVI é um adultério da verdade. O Papa Bento XVI é o melhor de sua espécie, o Mercedes Benz, Porsche e BMW da modernidade. Na atual circunstância concreta, essa loucura é um...a desleal saída da verdade, a entrega da própria tradição e a preparação do massacre das almas dos que se colocaram sob a proteção da Sociedade faz agora quarenta anos. Felizmente, a Providência sempre interveio para impedir que o irreparável aconteça, mas seria mais útil e seguro saber, de antemão, que pecado está implicado por um acordo com a nova Roma. FÉ: a Fé não pode existir sem sua confissão. A Fraternidade São Pio X foi pensada por seu fundador para ser um exército permanente da fé, combatendo Cartago. Pode levar-se e de fato se levará muitos golpes, mas se renuncia a sua posição pública contra o erro é sua autodemolição. De Satanás, Nosso Senhor diz: “En veritate no stetit” “Ele não permaneceu na verdade” (São João VIII, 44) e o mesmo poderia dizer-se de nós se nos suavizamos. Nosso Senhor discute com os judeus desde a perspectiva da verdade, o tema principal de todo o Evangelho de São João em que, frequentemente, a autoridade está contra a Verdade. São João não é revolucionário, se a autoridade segue a verdade, então, por certo, a autoridade deve ser seguida. Mas a autoridade pode falhar com relação à verdade, frequentemente. Quando a Fé está em perigo, nosso dever para com ela se torna imenso, e este dever é o objeto do sacramento da Confirmação no qual se unge a testa com o Crisma contra a vergonha na luta pela fé. São Paulo diz que o coração crê na Fé para sua própria justificação, porém, mais importante que a confissão da Fé é que esta tem que ser feita por sua salvação e a salvação dos espectadores extraviados e confundidos. A maioria de nós se converteu ao catolicismo tradicional em virtude da confissão da fé de outros católicos, o que está a ponto de mudar tão logo como a nova Roma nos ponha em uma posição de silêncio sobre seus erros. Mais do que destruir-nos diretamente, Roma nos quer incluir em uma unidade de contenção agradável. Sem dúvida, uma unidade de contenção é uma prisão, não importa quão cômoda e bem equipada seja. Nossa fé não nos pertence, pertence ao candeeiro, pertence àqueles no mundo que possam aproveitá-la e que dão impulso para exercer pressão para que Roma retorne à fé. ESPERANÇA: porque nesta hora sombria, em lugar de um retorno falso, não é um regresso completo de Roma à Roma Eterna o que estamos buscando? O livro do Apocalipse nos adverte contra o engano de Sardes, que tem o nome de estar vivo, mas em realidade está morta (os persas atacaram Sardes pelo engano) (Apoc. III, 1), contra a natureza enganadora do cavalo pálido (nem totalmente negro nem branco por inteiro), cujo cavaleiro leva por nome: morte, porque a mistura da verdade e do erro mata mais almas que as heresias evidentes do cavalo negro e as violentas perseguições do cavalo vermelho (Apoc. VI, 8)), e contra os gafanhotos devoradores que têm a aparência da Caridade (Apoc. IX, 7). Nossa Senhora é totalmente branca, não cinza, e lhe encanta a pureza de um exército em ordem de batalha. Ela não prometeu a metade ao Papa em consagrar a Rússia (com a Rússia não convertida como resultado), e menos ainda um Papa que deforma sua mensagem, senão um Papa que vai fazer exatamente o que ela pede. Tal menção de um grande Papa também está na profecia de São Malaquias e outras profecias. Como pode ser de outra maneira, se a brancura que veste o Papa significa a pureza de sua doutrina e a santidade de suas ações como líder da única sociedade capaz de salvar a raça humana. Nossa esperança é que a Igreja se converta de novo na arca da salvação, que chegue a ser capaz de gerar filhos para o Céu. Essa é a Missão e a Caridade da Igreja. A CARIDADE: nas circunstâncias atuais, qualquer acordo com a Roma de hoje em dia é uma negação da Missão da Fraternidade, a qual foi pensada precisamente para resgatar as almas das garras dos lobos, sejam papas, cardeais, bispos ou sacerdotes… em todo o mundo, já que a igreja oficial está falhando temporalmente em sua missão. Não se pode evitar as garras da besta colocando-se sob sua cabeça, senão ficando totalmente fora de seu alcance. Em segundo lugar, porque muitos dos sacerdotes da FSSPX não estão de acordo com a proposta de giro de 180°, que necessariamente terminará em uma horrível divisão. Vai fazer-nos parecer como uma seita, um lado da divisão lutando contra “o outro lado”, fazendo ricos aos advogados por averiguar de que lado vai ficar tal ou qual bem da FSSPX. Isto, por sua vez, vai dissuadir muitos de nossos fiéis que não têm os elementos para julgar de que lado ficar, e afastaria aos recém-chegados à Tradição, ao dar-se conta desta amarga luta interna vindoura. É por isso que não posso entender, de forma alguma, a cruel frase de “Não podemos descartar uma fratura”. Pelo contrário, só se necessita de uma reapresentação de nossa posição doutrinal e uma avaliação da nova Roma baseados na realidade de permanecer na unidade entre nós. A verdade unifica e se a Fraternidade São Pio X resiste à tempestade, tornar-se-á indivisível durante muitos anos por vir. Não é o dividir a crueldade que a Roma de hoje está buscando? Não estão os sedevacantistas, ao ver-nos, tendo o melhor momento de sua vida? O suicídio é um pecado contra a caridade, não estamos no direito de tirar a vida a toda uma congregação, e esse problema deve ser a única preocupação do próximo Capítulo Geral. PRUDÊNCIA: Mons. Lefebvre nunca confiou na nova Roma, inclusive quando estava em negociações com ela, porque ele tinha uma visão clara de seu funcionamento constante no erro. Mas, inclusive se os romanos não foram capazes de enganá-lo, manifestou claramente que a experiência não deve repetir-se depois de sua partida, até que Roma volte por completo à Tradição. Como podemos ter a pretensão de ser mais inteligentes que o Arcebispo, que escapou dos astutos romanos por muito pouco? E se não compartilhamos a mesma firmeza de análise de Mons. Lefebvre, como podemos pretender elucidar as propostas práticas que Roma está constantemente pendurando diante de nós? Como podemos aceitar ter inclusive um pequeno risco (e o risco é, na verdade, enorme) de perder tanto pela mão de nossos comprovados inimigos? O estudo de Barbier e Crétineau Joly teve um papel importante na conduta prática e doutrinal do Arcebispo. Estes dois autores afirmam claramente que depois de seu período destrutivo inicial (o Terror, no caso da Revolução Francesa, e os sessenta e setenta no caso do Concílio Vaticano II), a Revolução decide suavizar sua aproximação aos seus inimigos. Isto se conhece como a fase “termidoriana” (subterrânea) da Revolução, cujo melhor exemplo foi o Tratado de La Jaunaye, que concluiu as guerras de Vendée, ao dividir o exército católico entre os que estavam cansados da guerra e os seguidores irredutíveis de Charette, que foram liquidados logo que foram colocados em um estado de isolamento dos demais, que estavam menos dispostos a lutar. Ao longo do século XIX, o catolicismo francês permaneceu dividindo-se entre liberais e tradicionalistas, todo o caminho até o Concílio Vaticano II. Todas as revoluções têm sua fase de maturação aparente com o fim de isolar aqueles que ainda querem lutar contra ela, é por isso que é tão importante para nós não confundirmos a falsa restauração, o falso regresso de Roma à Tradição, com a conversão real e total do Papado, que irá suceder, mas no tempo de Deus. Não devemos sonhar com um final feliz desta crise. “Custos quid de nocte?”, diz a Escritura, “Sentinela, que foi da noite?” É a luz do dia a que se aproxima ou é somente luz enganadora? A pergunta angustiante para nós é qual a proporção que corresponde em nossas filas, dos que estão cansados desta guerra contra a nova Roma, que pensam que é só uma pretensão de heroísmo inútil, daninha e orgulhosa. JUSTIÇA: “Mas, Padre, Roma está propondo reparar a injustiça cometida contra nós, Roma quer ser justa e dar-nos um lugar”. Em primeiro lugar não estamos lutando para limpar nossa honra, melhor devemos ser igual a Susana, que aceitou submeter-se à acusação injusta, ou como Rebeca, que disse “Que esta maldição seja sobre mim, meu filho”.Nossa situação é a de um filho expulso de sua casa por seu pai bêbado, por resistir aos abusos contra sua mãe. Depois de uns dias, o pai aceita restabelecer o filho de volta na casa com a condição de que não o repreenda sobre suas doses de whisky e os episódios de mal gênio contra sua mãe. O comportamento da nova Roma deve ser completamente irrepreensível, o pai deve por fim ao seu abuso antes que possa restabelecer seu filho. FORTALEZA: o objetivo da guerra é a destruição da vontade de lutar na mente do oponente. Um general se diferencia de um empresário ou de um burocrata no sentido de que deve ser prudente como eles, mas também deve manter esta prudência sob o fogo (cf. Sun Tsu, “A Arte da Guerra”). Patton disse aos seus soldados “Temam nada mais do que seu general, porque se ele for bom e você se comportar mal, vai lhe açoitar (o traseiro)! Enquanto se você for mal, é o inimigo quem vai lhe açoitar (o traseiro)”. Espero de verdade que nenhuma Irmã esteja lendo este artigo, do contrário, estou encrencado. Mons. Fellay fala das ameaças procedentes de Roma, mas quais são estas coisas terríveis? Uma nova excomunhão ou suspensão? Estamos bem treinados em ser excomungados e suspensos por causa da verdade e também pode-se observar que, para um castigo ser Ver mais

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