quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

CONSERVADOR = CORRUPTOR


COMENTÁRIO: Este texto me impressionou pela sensatez, em que pese ter sido escrito por um Padre que segue com a Neofrat, e que parece não ter lido o próprio escrito, pois descreve à perfeição a postura dos membros da Neofrat porque estes, a partir do momento em que reconhecem a Igreja “oficial” como a Igreja de Cristo, necessariamente são mais conservadores do que os próprios modernistas. Vemos que, no fundo, o conservador é um... liberal. E bem sabemos que "um católico liberal é um maçom sem avental"! (Canônico Roca, séc. XIX.) 

Na Igreja “oficial”, há uma série de "Padres" que até usam batina e rezam a Missa do Motu proprio (aquela autorizada por Ratzinger), e que arrebanham uma boa parte dos fiéis que desejam ser católicos fiéis à Tradição bimilenar da Igreja. Cuidado com os lobos fantasiados de pastores!!! 

Interessou-me também por causa da postura política brasileira. Não sejamos meramente “conservadores”, mas católicosIsto basta. No Brasil, atualmente, o Conservadorismo surgiu como resposta aos abusos da Esquerda, mas talvez o termos esteja sendo mal usado, como tudo, aliás, nos dias de hoje, em que se subvertem os conceitos, os valores, a ordem... Leiam e reflitam a respeito disto. 




CONSERVADOR = CORRUPTOR


“É uma forma de modéstia louvável o não querer ser excêntricos”. 

Os conservadores têm qualidades, não se pode negar. Eles têm a qualidade de uma certa coragem, pois devem se opor continuamente aos progressistas. Mas nós, aqui, não queremos julgar as intenções deles, nem dizer no que são escusáveis. Nós queremos, apenas, manifestar o perigo que correm os conservadores; não os que buscam a verdade e que – errando – param diante das aparências da verdade, mas os conservadores que pretendem assim permanecer.

“Mas esta modéstia, hoje, se tornou difícil de praticar!”

Segundo os falsos pensadores verdadeiros mentirosos, o mundo estaria dividido entre Direita e Esquerda, conservadores e progressista. Isto é falso. O mundo está dividido, a partir do pecado de Lúciferentre os que aceitam a autoridade de Deus e os que a rejeitam



Aqueles que aceitam a autoridade divina são chamados contrarrevolucionários, mas eles formam o que tem por verdadeiro título a “Tradição”. Os homens da Tradição aceitam o que lhe é transmitido [“tradere”, do latim, significa “transmitir”] pelos antigos porque recebido de Deus. Os revolucionários, ao invés, rejeitam toda transmissão porque recusam receber qualquer lei

Aqueles que rejeitam a autoridade são os revolucionários. Os progressistas são francos-revolucionários: eles rejeitam a Tradição e procuram, sempre e sem cessar, o novo

Os conservadores não pertencem à Tradição, eles não procuram transmitir o que é Divino, mas conservar um pobre estado humano. Os conservadores conservam um estado presente. O conservador alimentar mantém a carne em um estado intermediário entre o frescor e o mofo. A aparência é palatável, mas esconde princípios mórbidos. O homem conservador aspira a manter o mundo em um estado aparentemente agradável... em um estado real de revolução

Objetivamente, o conservador é – muitas vezes sem o querer – um hipócrita revolucionário. Ele conserva na Revolução uma aparência apresentável. É seu melhor aliado, querendo ou não.

O conservador é o melhor inimigo da Tradição. O melhor porque o mais próximos dela em termos de aparências. Quantos são enganados por isso? “É a mesma Missa…” (dizem), sim, mas não é a mesma doutrina! Os cismáticos também rezam a mesma Missa.  

conservador é inimigo da Tradição porque os princípios do conservador são aqueles do revolucionário, menos a lógica e a honra

Para reduzir um homem da Tradição a um conservador, o revolucionário adota uma tática muito hábil, dizendo simplesmente: “vinde sob o meu teto, eu vos deixo livres”. O revolucionário abaixa as armas, mas não abandona minimamente o terreno. De qual liberdade falamos? O revolucionário entende a liberdade como uma independência de DeusGenerosamente, ele propõe a liberdade à Tradição, a mesma liberdade que reclama para todos os erros: a liberdade de Satanás. Se o homem da Tradição entra no círculo da liberdade revolucionária, ele deixa a adesão à Verdade de Deus, tendo-a reduzido a uma simples opinião humana. Ele conserva, talvez por muito tempo, as aparências da Tradição, mas em seu coração terá aceitado o veneno da Revoluçãoé mais um conservador

conservador quis salvar duas coisas: as aparências e a sua honra. Infelizmente, a honra não se conserva na surdina. Ela pede para ser servida com nobreza, franqueza e força. O conservador espera servir permanecendo apresentável, aceitável aos que procura salvar. Falsa honra, verdadeira traição: para ser aceito pelo revolucionário, que odeia a Tradição, ele deve esconder sua honra. Bela nobreza! Bela franqueza! Bela força! 

A Tradição é como uma planta: na sombra, ela morre, docemente, imperceptivelmente. A Tradição transmite algo. Ocultada, cortada de sua fonte, não é mais Tradição. O couro permaneceu, mas o odre está vazio.

O conservador pode exclamar: “Tudo é salvo, a não ser a honra e a verdade!”


Pe. Étienne de Blois, FSSPX 
Publicado in “Le petit eudiste”, n. 202, março de 2017. 
Fonte: http://www.unavox.it/ArtDiversi/DIV2065Don-De-BloisConservatore-corruttore.html
Tradução: Giulia d’Amore. 

FONTE:  Pale Ideas - Tradição Católica! 

domingo, 10 de dezembro de 2017

Eclesiavacantismo

Eclesiavacantismo?

“Ninguém pode servir a dois senhores: ou há de odiar a um e amar o outro, ou há de aderir a um e desprezar o outro.” São Lucas XVI, 13

Prezados amigos,

Salve Maria!

Chegou-nos às mãos um texto que precisa ser esclarecido. O texto preambula com a seguinte frase: “[...] distinga-se bem o Apostolado da Oração do Vale do Aço do outro grupo, pois há divergências de cunho doutrinal e teológico, sobre as quais o fiel deve ficar atento para  saber onde pisa. [...]”.

Nisso é preciso que se dê razão ao subscritor daquele texto. Existem, tanto no Vale do Aço quanto no Brasil inteiro (e em outras partes do Globo) dois grupos apostolares (in latu sensu): Um que trabalha na defesa de personagens e outro que trabalha em defesa de Cristo Rei. É verdade que entre esses grupos há divergências de cunho doutrinal e teológico e neste pequeníssimo texto, tentaremos desbaratar de uma vez por todas esta questão.

Quando se pretende desmoralizar o adversário, entretanto não há argumentos básicos para tanto, põe-lhe uma pecha e quando não há um nome que adeque ao que se pretende, simplesmente, cria-se neologismos.

No caso em comento, refiro-me ao cunho do termo “eclesiavacantismo” e seus derivados. E o que é “eclesiavacantismo”? O texto responde: “[...]dizer que o papa ou os bispos, ainda que modernistas, não são - em aspecto algum – membros da Igreja Católica é o mesmo que declarar suas sedes vacantes, o que se denomina hodiernamente “eclesiavacantismo”(afirmar que todas as sedes estão vacantes).

A expressão chave para entender onde reside o erro é a seguinte: “ainda que modernistas...”. Ou seja, há um reconhecimento de que asautoridades eclesiásticas atuais são modernistas. Grande avanço! Mas... continuam dizendo “Ambos os bispos, [Dom Antônio e Dom Lefebvre] conquanto tenham identificado o Magistério Conciliar e sua doutrina como uma anti-igreja, jamais negaram que em certos aspectos eles ainda são membros da Igreja.” (grifos não contém no original).

O que lhes falta de Catecismo de Primeira Comunhão lhes sobra em neologismos. O Catecismo de São Pio X no ponto 224 diz claramente quem são os que estão fora da verdadeira Igreja. Senão, vejamos:

224 Quem são os que se encontram fora da verdadeira Igreja?
Encontram-se fora da verdadeira Igreja os infiéis, os judeus, os hereges, os apóstatas, os cismáticos e os excomungados.”

Vamos nos deter em apenas duas classes: os hereges e os excomungados.

227 Quem são os hereges?
Os hereges são as pessoas batizadas que recusam com pertinácia crer em alguma verdade revelada por Deus e ensinada como de fé pela Igreja Católica: por exemplo, os arianos, os nestorianos e as várias seitas dos protestantes.”

230 Quem são os excomungados?
Os excomungados são aqueles que por faltas graves são fulminados com excomunhão pelo Papa ou pelo Bispo, e portanto são separados, como indignos, do corpo da Igreja, a qual espera e deseja a sua conversão.”

É sabido e ressabido que o Papa São Pio X excomungou os modernistas, assim como o Papa Pio IX condenou os liberais noSyllabus. Se se afiança que alguém é modernista e/ou liberal, ou seja, recusa com pertinácia a crer nalguma verdade revelada e ensinada pela Igreja, estamos dizendo que são hereges.

Eis a pergunta: Como modernistas podem ser “membros da Igreja”? Como é possível que chamem como testemunhas para esses disparates Dom Lefebvre e Dom Castro Mayer?

Dom Antônio de Castro Mayer deixou bem claro sua posição quando disse:

“O Segundo Concílio do Vaticano constitui-se uma anti-Igreja... Por isso, dizemos que o Vaticano II firmou-se como a anti-Igreja. Consequência: quem adere ao Vaticano II, sem restrição, só por esse fato, desliga-se da verdadeira Igreja de Cristo. Ninguém pode, ao mesmo tempo, ser católico e subscrever tudo quanto estabeleceu no Concílio Vaticano II. Diríamos que a melhor maneira de abandonar a Igreja de Cristo, Católica Apostólica Romana é aceitar, sem reservas o que ensinou e propôs o Concílio Vaticano II. Ele é a anti-Igreja”. Este texto foi publicado no Heri et Hodie, nº. 33, setembro de 1986 e na Revista Permanência, nº. 218-219, janeiro-fevereiro de 1987. Trecho retirado do livro: “O Pensamento de Dom Antônio de Castro Mayer”, páginas 17 e 18, Editora Permanência, 2010, Rio de Janeiro.

O Leão de Campos continua:

“E uma observação radical, sobre o que se passa em meios católicos, leva à persuasão de que, realmente, após o Concílio, existe uma nova Igreja essencialmente distinta daquela conhecida, antes do grande Sínodo, como única Igreja de Cristo... Estamos, pois diante de uma nova religião, a religião do homem”. Este texto foi publicado no Boletim Diocesano, abril de 1972. Trecho retirado do livro: “O Pensamento de Dom Antônio de Castro Mayer”, páginas 21 e 22, Editora Permanência, 2010, Rio de Janeiro.

E, por fim: “... estamos com uma igreja nova, portanto, com uma fé nova... Trata-se de uma igreja evolutiva, modificando-se sempre para adaptar ao fluxo da História, que não retorna. Já ninguém mais duvida de que essa igreja não é a Igreja Católica da Tradição que remonta dos tempos dos apóstolos. Trata-se, pois, agora de persuadir o povo de que essa é a Igreja Verdadeira, a Igreja de Jesus Cristo”. Este texto foi publicado no Monitor Capista, 04/09/1983. Trecho retirado do livro: “O Pensamento de Dom Antônio de Castro Mayer”, página 47, Editora Permanência, 2010, Rio de Janeiro.

Dom Lefebvre, no livro “Carta aberta aos católicos perplexos” na página 128, diz textualmente: “Eu não sou desta religião. Não aceito esta nova religião. É uma religião liberal, modernista, que tem seu culto, seus sacerdotes, sua fé, seus catecismos, sua Bíblia ecumênica traduzida por católicos, judeus, protestantes, anglicanos, agradando a gregos e troianos, dando satisfação a todo o mundo, sacrificando muito frequentemente a interpretação do Magistério”.

Dom Lefebvre também disse: “Estaria muito feliz de ser excomungado desta Igreja Conciliar... É uma Igreja que eu não reconheço. Eu pertenço a Igreja Católica”. (Minute 30 Julho de 1976). Fonte.

Acaso Dom Lefebvre, tivesse firme a posição de que o Papa Paulo VI pertencia a Igreja Católica e exercia sobre ele alguma autoridade, ficaria feliz de ser excomungado? Isso é um delírio!

Na conferência do dia 15 de junho de 1988, Dom Lefebvre diz claramente, inclusive ao Cardeal Ratzinger que existem duas igrejas: uma Verdadeira e outra paralela, senão, vejamos:

 “O Cardeal Ratzinguer repetiu várias vezes: “Monsenhor, há uma só Igreja; não pode haver Igreja paralela.” Eu disse-lhe: “Eminência, não somos nós que fazemos uma Igreja paralela, porque nós continuamos com a Igreja de sempre. Os senhores é que fazem uma Igreja paralela ao inventar a Igreja do Concílio, essa que o Cardeal Benelli chamou a Igreja Conciliar. Os senhores fizeram novos catecismos, novos sacramentos, uma nova missa, uma nova liturgia, não somos nós. Nós continuamos o que anteriormente se fazia. Não somos nós que fazemos uma nova Igreja!” (grifos nossos).

E para arrematar, Dom Lefebvre, no citado livro, na mesma página 128 diz: “Nas ladainhas de Rogações a Igreja nos faz dizer ‘Nós vos suplicamos, Senhor, manter na vossa santa religião o Soberano Pontífice e todas as ordens da hierarquia eclesiástica’. Isso quer dizer que uma desgraça pode suceder.” (grifos não contém nos originais). Precisa ser mais claro?

Veja que Dom Lefebvre admitiu que “o Soberano Pontífice e todas as ordens da hierarquia eclesiástica”, conforme reza as ladainhas de Rogações, pode sim estar fora da “santa religião”. Se acontecesse que fosse impossível que “o Soberano Pontífice e todas as ordens da hierarquia eclesiástica” pudesse alijar-se da Santa Religião, pedir a Deus isso seria pedir uma coisa impossível.

Bom, o texto fala também de sectarismo. Diz o texto: “Pois bem, o Apostolado da Oração recomenda aos seus fiéis que evitem tais extremismos que beiram o sectarismo e não estão fundados na integridade da Doutrina Católica e Obra de D. Lefebvre.” (grifos não contém no original)

 E o que é uma seita? Diz-se:
“substantivo feminino
Doutrina que, propagada por um grande número de pessoas, se afasta ou diverge de certa forma de outra doutrina principal.
[Religião] Grupo religioso dissidente, que deixa de participar de uma religião por não concordar com suas normas e objetivos.”

Pois bem, em geral, a seita sempre tem um mestre, onde tudo gira em torno dele. Os seus defensores são capazes de fazer um triângulo redondo caso seja necessário para defender a sua doutrina.

Acontece que:

1) Não fomos nós quem dissemos que existem árvores “metade boa e metade má” contrariando o “sim, sim, não, não!” de Nosso Senhor Jesus Cristo.

2) Não fomos nós quem dissemos que “as parábolas de Cristo não são definições dogmáticas”, enquanto Nosso Senhor disse: “aquele que me ama guardará Minhas palavras”.

3) Não fomos nós quem dissemos que “Maria Valtorta é um presente de Deus” e a recomendamos para crianças, enquanto que dá vergonha de reproduzir aqui os escritos desta senhora.

4) Não fomos nós quem dissemos que “A Igreja conciliar e neomodernista não é portanto nem uma Igreja substancialmente diferente da Igreja Católica nem absolutamente idêntica; ela tem misteriosamente algo de um e de outra: é um corpo estranho que ocupa a Igreja Católica. É preciso distingui-las sem separá-las.” Fonte. Enquanto que Dom Antônio diz: “Trata-se, pois, agora de persuadir o povo de que essa é a Igreja Verdadeira, a Igreja de Jesus Cristo”. As Sagradas Escrituras perguntam: “Que união pode haver entre a justiça e a iniquidade? Ou que comunidade entre a luz e as trevas?” (II Cor. VI, 14)

5) Não foi nenhum de nós quem fomos confirmar feeneystas.

6) Não foi nenhum de nós quem dissemos que pegaríamos o próximo avião para Roma, caso o Papa Francisco chamasse a fundar uma sociedade.

7) Não foi nenhum de nós quem disse que “A Missa Nova pode ser assistida com o efeito de construir a sua fé”…

8) Não foi nenhum dos nossos quem recomendou a Missa Nova para ninguém.

9) Não foi nenhum dos nossos quem decretou milagres na Missa Nova.

10) Não foi nenhum dos nossos quem disse que “Deus pretende salvar muitas almas que estão fora da “Tradição””, entretanto não clarificou quais são as condições para tanto.

Aqui também há um compêndio de ditos e fatos sobre Dom Williamson que não podem cair no esquecimento.

Então, meus senhores, peço humildemente que nos apontem qual foi a doutrina que criamos para sermos acusados de sectarismo e quem é o nosso guru. O que não podemos e não fazemos é acusar o outro daquilo que praticamos.

O texto sob o qual nos debruçamos diz: “distinga-se bem o Apostolado da Oração do Vale do Aço do outro grupo”. Também pedimos isso, encarecidamente. Resta saber quem de fato não está “fundado na integridade da Doutrina Católica e Obra de D. Lefebvre”.

O Imitação diz: “tem, pois, principalmente zelo de ti, e depois o terás, com direito, do teu próximo.” Livro II, cap. 3.

8 de dezembro de 2017, na festa da Imaculada Conceição da Virgem Santíssima


Eugênio Mendes
Fonte http://missaonsg.blogspot.com.br/2017/12/eclesiavacantismo.html

quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Bispo de Caicó, RN: Homossexualismo é dom dado por Deus




Bispo de Caicó, RN: Homossexualismo é dom dado por Deus

Da neutralidade complacente — “Quem sou eu para julgar?” — à apologia descarada: “O homossexualismo, se não é opção e nem doença, é dom dado por Deus”.
Dom Antônio Carlos Cruz Santos, MSC, bispo de Caicó, Rio Grande do Norte, pede que se vença o preconceito contra as pessoas de “orientação homoafetiva” (sic), tal como se superou o existente contra os negros na período da escravidão.
O discurso do senhor bispo, digno de um professorzinho universitário esquerdista de quinta categoria, foi proferido no último domingo, 30, por ocasião do encerramento da festa de Santana.
Nesta era de Francisco, em que o gayzismo “nunca esteve pior” até mesmo no Vaticanosão atualíssimas as palavras do padre Dariusz Oko, docente de Teologia na Pontifícia Academia de Cracóvia, Universidade João Paulo II: “Cava-se na Igreja uma ‘homo-heresia’ apoiada numa ‘homo-mafia’, isto é, a presença em todos os níveis da hierarquia eclesiástica”.
* * *
Não deixe de manifestar sua perplexidade:
NUNCIATURA APOSTÓLICA
Excelência Reverendíssima Dom Giovanni D’Aniello, Núncio ApostólicoAv. das Nações, Quadra 801 Lt. 01/ CEP 70401-900 Brasília – DF
Cx. Postal 0153 Cep 70359-916 Brasília – DF
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Fax: (61) 3224 – 9365
E-mail: nunapost@solar.com.br

domingo, 2 de julho de 2017

Novus Ordo: Auto-Comunhão nas Filipinas


Novus Ordo: Auto-Comunhão nas Filipinas 

 

Primeiro, foi comunhão de joelhos e na língua, como deveria ser; em seguida, tornou-se comunhão de pé e sobre a língua; Em seguida, ele foi para a comunhão em pé e na mão. Todos estes passos suponha que um sacerdote ou, pelo menos, um ministro da Eucaristia para dar a comunhão aos fiéis. 
Agora, estamos diante de um novo passo na revolução litúrgica: a introdução de auto-comunhão dos fiéis. 





As impropriedades / profanações são estes:
  • Leigos tocar as sagradas espécies, uma prática que deve ser restrito a mãos consagradas;
  • O sacerdote não pode controlar quem está a receber a Eucaristia;
  • Esta prática permite blasfêmias e profanações a ser feita por inimigos da Igreja, bem como pecadores escandalosos;
  • Leigos incluindo mulheres entrar no presbitério, que deve ser reservado a sacerdotes e os seus acólitos;
  • Mulheres e homens são inadequadamente vestida;
  • As mulheres não usam véus para receber a Comunhão.
As fotos nesta página foram retiradas de um vídeo filmado em fevereiro 2017 em uma igreja católica não identificada nas Filipinas.

Esta prática também foi introduzido na Itália, como pode ser visto na esse clipe . A partir dessas experiências, podemos supor que uma nova etapa da Revolução Conciliar está sendo testado para que ele possa ser introduzida em todos os lugares. 

Auto-Comunhão 2Auto-comunhão 3

Fonte:
http://tradcatknight.blogspot.com.br/2017/06/novus-ordo-self-communion-in-philippines.html?spref=fb

quinta-feira, 1 de junho de 2017

Motu proprio summorum pontificum: Assistir ou não? eis a questão!

Motu proprio summorum pontificum: Assistir ou não? eis a questão!


Traduzido da Revista Sel de la Terre, nº 70 (Couvent dela Haye-aux-Bonshommes, 49240, AVRILLÉ – FRANCE).

Na saída da capela, o padre discute com um fiel, Filipe, de 17 anos. Durante a conversa, Filipe conta como se passou o seu último fim-de-semana com amigos da região de Paris. Filipe diz que o grupo escolheu ir à missa dos ralliés²…( Padre de Motu próprio)


Filipe: Mas porque este ar reprovador? Não é a missa verdadeira?

Padre: Sem dúvida, a missa é boa. Mas isto não é o principal.

Filipe: Não é o principal? Mas o que é que falta, padre?

Padre: Bem, vou fazer uma comparação. Um licor é uma boa coisa, não é? (Filipe concorda com um sorriso). Pois bem. Mas cada vez que se bebe um licor, não se faz necessariamente uma boa ação (Filipe compreende). Ocorre algo de semelhante com a santa missa. Uma coisa é o fato de a missa ser, em si mesma, uma boa coisa. Mas é preciso também que o assistir a essa missa seja também bom; é necessário que a assistência a essa missa seja uma boa ação.
Filipe: Sim, mas um licôr e a missa não são a mesma coisa! O senhor parece querer dizer que se pode fazer o mal assistindo à missa tradicional!

Padre: Exatamente, é isto mesmo que eu quero dizer! Assim como se pode fazer um mau uso de um licor, do mesmo modo não é sempre bom assistir à verdadeira missa. Pode até ser um mal.

Filipe: Essa é a maior!

Padre: Caro Filipe, sua surpresa é um tanto compreensível. Normalmente, um católico não tem motivos de se questionar quando assiste a uma missa católica. Na atualidade, porém, existem muitas coisas anormais na Igreja. Nós, por exemplo, celebramos a missa em salas improvisadas, enfrentando a hostilidade do clero da região, estigmatizados, sendo considerados como excomungados, cismáticos … Muita gente não vem aqui porque crêem que isto é praticar o mal. E, no entanto, é realmente a verdadeira missa! O que ocorre, é que eles se enganam pensando que é mal vir aqui.

Filipe: Sim, eles se enganam, já que aqui é a verdadeira missa!

Padre: Não, Filipe, preste atenção. O problema deles não é a missa. O problema deles é que lhes disseram que é mal ir a ela. É bem diferente. Pois bem, o problema com os ralliés ( Padre de Motu próprio)  é do mesmo gênero: a sua missa é boa, certo, mas é bom ir a ela? Isto é uma outra questão! Percebe a distinção?

Filipe: Sim, eu vejo a distinção. Mas eu não vejo realmente porque não é bom ir a uma missa da Fraternidade São Pedro, ou de Cristo-Rei!

Padre: Veja, quando se começa a interrogar se assistir a tal ou tal missa é bom ou não, passamos logo a falar daquele que celebra a missa. Interessante, não?
Filipe: Não me parece muito claro…

Padre: Pois bem! Digamos como você acaba de fazer; eu vou à verdadeira missa na Fraternidade São Pedro, em Cristo-Rei, na Fraternidade São Pio X, na praça Foch, ou na rua Buisson, e a missa celebrada nestes diferentes lugares é a mesma. Todavia, assistir aqui ou acolá, isto não é a mesma coisa. Depende de quem  a celebra.

Filipe: Por quê?

Padre: Porque a missa e um licor não são a mesma coisa! Há pouco, você poderia ter me dito: quanto a mim, quando eu bebo um licor, eu me previno. Jamais tenho problemas. Bebo sempre com moderação! Mas a missa não é uma coisa que se consome sozinho num canto, de maneira privada.

Filipe: É então o que? Eu vou à missa para me recolher, para rezar, para comungar. Pouco me importa se o padre é da Fraternidade São Pedro ou São Pio X. Que os senhores se acertem!

Padre: A santa missa é o ato mais elevado do culto público da Igreja. Quer dizer que é, antes de tudo, um ato social, no qual se honra o nosso Deus e se recebe seus benefícios sob a autoridade da Igreja, sociedade que Deus instituiu para poder ser honrado como Ele o quer.
Filipe: Hum… Um pouco difícil de entender, padre.

Padre: Vou recomeçar. Em privado, você pode rezar muito livremente, quando quiser, como quiser; de qualquer maneira, trata-se de uma oração. Mas o Bom Deus quis ser honrado também, e, sobretudo, reunindo os homens em torno da cruz, para a missa; isso é que é a oração pública e oficial da Igreja. É assim que ela presta a Deus, em nome de todos os homens, toda a honra e glória que lhe são devidos. Portanto, a missa não é uma devoção privada nem dos assistentes nem dos padres que a celebram. É um ato comum de culto, o que supõe que aquele que celebra tenha recebido da Igreja a autoridade para o fazer. Ele deve depender de um bispo, o qual depende do papa. É por isso que eu falava da autoridade da Igreja.

Filipe: Mas o senhor, padre, o senhor é independente desta autoridade.

Padre: Pois bem, Filipe, chegamos ao coração do problema. O que você diz, é o que dizem os “conciliares” e os que creem neles, quando eles dizem que assistir às nossas missas não é permitido.  Mais uma vez, não é porque a missa que celebramos seja má, mas porque nós resistimos à Hierarquia, a Roma. E nós dizemos: não se deve assistir à missa dos ralliés ( Padre de Motu próprio) , porque eles se submetem à hierarquia conciliar.

Filipe: Se bem compreendo, então o fundo do problema é o da submissão á hierarquia atual?
Padre: Exatamente! Normalmente, na Igreja, um padre está submetido a seu bispo, que está submetido ao papa; assim ele recebe uma missão de celebrar a missa e os outros sacramentos para uma porção dos fiéis da Igreja. Ora, desde umas três décadas constata-se que, para guardar a fé, os fiéis pediram a padres, que também  queriam guardá-la, para que estes se ocupassem deles, a ponto de resistir aos bispos e ao papa. Como bons Gauleses³, não queriam resistir por resistir, mas queriam defender sua fé  diante das decisões de Roma, que contribuíam para a perda da fé dos fieis.

Filipe: Que decisões?

Padre: Por exemplo, a promulgação da nova missa de Paulo VI, em 1969. Mas antes, houve o Concílio, com  vários textos ruins, sobretudo sobre o ecumenismo e a liberdade religiosa. Mais tarde, houve mudanças nos outros sacramentos, depois o novo direito canônico, em 1983. Houve muitos escândalos de ecumenismo, como Assis, em 1986. e depois, houve a luta feroz contra D. Lefebvre que só fazia, como ele mesmo disse várias vezes, o que ele sempre tinha feito, com a aprovação de Roma. Em 1988, D. Lefebvre sagrou bispos porque ele compreendeu que Roma queria destruir a Tradição. A fé dos fiéis continuava sendo ameaçada. E isto é o essencial que deve ser compreendido: a hierarquia, os bispos, o papa, estão nas suas funções para conduzir os padres e os fiéis na fé. Se eles não fazem isto, os fiéis e os padres devem resistir e procurar guardar a fé. E isto acaba sendo uma forma de submissão mais elevada.

Filipe: Bem… Mas o que tem a ver com isto a missa dos ralliés ( Padre de Motu próprio)? Se for à missa deles vou perder a fé ?

Padre: É necessário considerar o problema sob um outro aspecto…

Filipe: Sob um outro aspecto?

Padre: Sim, um outro aspecto. A questão de saber se eu vou perder a fé é capital. Mas, o que é preciso que se interrogue é: qual é a atitude de fé que convêm diante da missa dos ralliés ( Padre de Motu próprio)? Não existe na sua questão um subtendido, do tipo: já que é a verdadeira missa, se eu me prevenir, não haverá problemas comigo, como quando eu bebo um licor. Estou enganado?

Filipe: Não, padre, é assim mesmo!

Padre: Portanto, é preciso considerar o outro aspecto, que foi explicado há pouco. A missa é antes de tudo um ato público e hierárquico. A missa de um padre rallié ( Padre de Motu próprio) é a missa de um padre que, ao menos oficialmente, obedece ao bispo do lugar e ao papa, logo um padre que vai receber, de vez em quando, o seu bispo para as cerimônias, um padre que não prega que a nova missa é má, perigosa para a fé, um padre que vai assim congregar em torno de si fiéis cuja fé é mais fraca, menos informada a respeito dos sérios perigos que ameaçam a vida cristã na igreja conciliar, um padre que, se for lógico consigo mesmo, considerará que a situação da Igreja hoje é grosso modo, normal, de qualquer modo normal o suficiente para tornar a resistência da Fraternidade São Pio X ilegítima, um padre que, obedecendo a autoridades liberais e modernistas vai inevitavelmente se desviar, um padre que, finalmente, trai tudo o que fez D. Lefebvre, que trai as almas, as engana, fazendo-as crer, através de sua submissão pública à hierarquia, que o papa conduz verdadeiramente suas ovelhas e seus carneiros nos caminhos da verdadeira fé…

Filipe: O senhor está exagerando um pouco, padre!

Padre: Assim falava D. Lefebvre no seu tempo! Um padre rallié ( Padre de Motu próprio), atualmente, não assume uma posição justa na Igreja. Ele não está em ordem com o Bom Deus. Não está na verdade. Há nele o conflito entre o desejo de bem fazer e a submissão às autoridades conciliares. Seus sermões se ressentem disto obrigatoriamente. Suas revistas, sites, etc., também; haverá documentos da diocese no fundo de suas igrejas. Existe ainda o sério risco de , com o tempo, deixar-se levar pela tibieza por causa do contato com fiéis bem menos formados na fé, havendo também o risco de se deixar atrair por uma doutrina mais acomodada, ou pela simpatia por fiéis ou padres (da igreja “conciliar”, ndt).

Filipe: Portanto, não se pode jamais assistir à missa dos ralliés( Padre de Motu próprio)?

Padre: Não se pode jamais desagradar a Deus! Essas missas não são para nós! Se, por razões excepcionais, acabamos por estar presentes numa cerimônia de ralliés ( Padre de Motu próprio), convêm então observar uma atitude discreta, evitando dar a impressão de que se adere à sua submissão aos bispos ou ao papa.. Por exemplo, abstendo-se de comungar. Pois é preciso se preocupar com o exemplo que se dá aos outros.

Filipe: E no domingo, quando não há outra missa?

Padre: Se você compreendeu bem nossa conversa, você tem condições de concluir por si mesmo que, no domingo, neste caso, não se é obrigado a assistir à missa de um padre que não confessa publicamente que a Igreja “conciliar” põe a fé dos fiéis em perigo. Não é possível haver obrigação nestas condições. Nosso Senhor te dará graças de outro modo, nem que fosse te recompensando por tua corajosa fidelidade e apego à verdade.

Filipe: Apego à verdade?

Padre: Sim, à verdade. Resumamos um pouco. Dizia no começo: a missa dos ralliés ( Padre de Motu próprio) é boa, mas esta não é a questão. A questão é: é verdadeiramente bom assistir a esta missa? Será que eu adiro verdadeiramente à Igreja, a Nosso Senhor através desta missa? A resposta é não, porque o padre rallié ( Padre de Motu próprio) não assume uma posição verdadeira, ele não resiste aos maus pastores, como é sua obrigação. Ele se engana, e engana os outros. Como você  poderá encontrar ao lado dele, sob sua influência e autoridade de padre, um verdadeiro amor da verdade, de Nosso Senhor, de sua Igreja, e até mesmo do papa? Pois ele se engana a respeito de uma questão essencial!

Filipe: Decididamente, estas conclusões vão além do que eu achava!

Padre: Sim, é preciso reconhecer que não é algo evidente. Hoje em dia é necessário, como nunca antes, buscar uma formação, saber o que se faz. Pois o perigo está em toda parte. Mas é também um período extraordinário, como dizia D. Lefebvre, pois isto nos leva a amar de maneira mais verdadeira à Igreja, a Nosso Senhor, e a permanecer firmes na fé! E é também o melhor serviço de caridade que se pode  prestar àqueles que têm dificuldades em compreender todas os aspectos da situação atual. Sejamos testemunhas da verdade e da vontade de Deus!

Pe. Jacques Mérel, FSSPX
[1] – Os ralliés (em português, aliados)  são aqueles que seguem a liturgia tradicional, mas que fizeram acordos com as autoridades da Roma conciliar. É o caso, por exemplo, do Instituto do Bom Pastor (IBP), ou da Administração Apostólica São Maria Vianney, de Campos, (ndt).
[2] – Trata-se de uma conversa fictícia, em estilo coloquial.
[3] – Um dos povos antigos   que formaram o povo francês (ndt).

Extraído do blog: Missa Tridentina em Vitória.

OBS - Negrito são meus, e repetidamente para frisar bem  que o Padre que celebra somente a  Missa Tridentina, mas aceita o CVII , nos coloca em risco de perda da fé. Quanto mais um Padre modernista que irá clebrar a Missa  Tridentina.

domingo, 14 de maio de 2017

CONCÍLIO DE TRENTO - Doutrina sobre o Sacrifício da Missa

CONCÍLIO DE TRENTO - Doutrina sobre o Sacrifício da Missa


“Não poderão participar da mesa do Senhor, os que estão manchados devido sua participação na mesa dos demônios”


CONCÍLIO ECUMÊNICO DE TRENTO
Sessão XXII
Celebrada no tempo do Sumo Pontífice Pio IV, em 17 de setembro de 1562

Doutrina sobre o Sacrifício [Eucarístico] da Missa
O Sacrossanto, Ecumênico e Geral Concílio de Trento, reunido legitimamente no Espírito Santo, e presidido pelos mesmos Legados da Sé Apostólica, procurando que se conserve sempre na Igreja Católica, em toda sua pureza, a fé e doutrina antiga e absoluta, e em tudo perfeita, do grande Mistério da Eucaristia, dissipados todos os erros e heresias, instruída pela ilustração do Espírito Santo, ensina e declara e decreta que, em relação a ela, que é o verdadeiro e singular sacrifício, se preguem aos fiéis os dogmas que se seguem:

Cap. I - Da instituição do sacrossanto sacrifício da Missa
Ainda que o Antigo Testamento, como justifica o Apóstolo São Paulo, não tenha consumação (ou perfeita santidade) devido à debilidade do sacerdócio de Levi, foi conveniente, assim como foi disposto por Deus, Pai de Misericórdia, que nascesse outro sacerdote segundo a ordem de Melquidesec, ou seja, nosso Senhor Jesus Cristo, que pudesse completar e levar à perfeição todas as pessoas que deveriam ser santificadas. O Mesmo Deus e Senhor nosso, ainda que havia de Se oferecer a Si mesmo a Deus Pai, por meio da morte no alto da cruz, para trabalhar a partir dela, a redenção eterna, contudo, como seu sacerdócio não haveria de acabar com sua morte, para deixar na última ceia, na mesma noite em que entregou à sua amada esposa, a Igreja, um sacrifício visível, segundo requer a condição dos homens, que se representasse o sacrifício cruel que havia de fazer na cruz, e permanecesse sua memória até o fim do mundo, e se aplicasse Sua salutar virtude da remissão dos pecados que diariamente cometemos, ao mesmo tempo que se declarou sacerdote segundo a ordem de Melquidesec, constituído para toda a eternidade, ofereceu a Deus Pai, Seu corpo e seu sangue, sob as espécies do pão e do vinho, e o deu a seus Apóstolos, a quem então constituía sacerdotes do Novo Testamento, para que o recebessem sob os sinais daquelas mesmas coisas, ordenando-lhes, e igualmente a seus sucessores no sacerdócio, que O oferecessem pelas palavras: "Fazei isto em memória de Mim", como sempre o entendeu e ensinou a Igreja católica. Pois havendo celebrado a antiga páscoa, que a multidão dos filhos de Israel significava a memória de sua saída do Egito, Se instituiu a Si mesmo uma nova páscoa para ser sacrificado sob os sinais visíveis em nome da Igreja, pelo ministério dos sacerdotes em memória de seu trânsito por este mundo ao Pai. Quando derramado Seu sangue, nos redimiu, nos tirou do poder das trevas e nos transferiu a Seu reino. E esta é por certo aquela oblação pura, que não pode ser manchada por mais indignos e maus que sejam aqueles que a fazem, a mesma que predisse Deus por Malaquias, que deveria ser oferecida limpa, em todo lugar, em Seu nome, que deveria ser grande entre todas as gentes, e a mesma que significa, sem obscuridade o Apóstolo São Paulo, quando disse, escrevendo aos Coríntios: "Não poderão participar da mesa do Senhor, os que estão manchados devido sua participação na mesa dos demônios", como se fosse a mesa do altar. Esta é finalmente aquela que se figurava em várias semelhanças dos sacrifícios nos tempos da lei natural e da escrita, pois inclui todos os bens que aqueles significavam, como consumação e perfeição de todos eles.

Cap. II - O sacrifício da Missa é propicio não só para os vivos, mas também para os defuntos
Em virtude de que neste sacrifício que se faz na Missa, está contido e se sacrifica, sem dores, naquele mesmo a que Cristo Se ofereceu dolorosamente no altar da cruz, ensina o Santo Concílio, que este sacrifício é, com toda verdade propício, e que se consegue por ele que nos aproximamos do Senhor, arrependidos e penitentes e, se o fizermos com coração sincero, fé correta e com temor e reverencia, conseguiremos misericórdia e encontraremos sua graça por meio de seus oportunos auxílios. Efetivamente aplacado, o Senhor, com esta oblação e concedendo a graça e o dom da penitência, perdoa os erros e pecados por maiores que sejam, pois a hóstia e o vinho são exatamente Ele, que agora é oferecido pelo ministério dos sacerdotes, Ele que outrora se ofereceu a Si mesmo na cruz, com apenas a diferença do modo de oferecer-se. Os frutos, por certo, daquela oblação dolorosa, se conseguem, em muito maior quantidade, por esta indolor, mas de qualquer forma esta jamais revogará, de qualquer modo, àquela. Disso se pode concluir que não somente se oferece com justa razão pelos pecados, penas, satisfações e outras necessidades dos fiéis que vivem, mas também, segundo a tradição dos Apóstolos, pelos que já morreram em Cristo, sem estar plenamente purgados.

Cap. III - Das Missas em honra dos Santos
E ainda que a Igreja tenha tido o costume de celebrar, em várias ocasiões, algumas missas em honra e memória dos santos, ensina que não se oferece a estes o sacrifício, porém apenas a Deus, que lhes deu a coroa, de onde é que nunca diz o sacerdote: "eu te ofereço, ó São Pedro " ou "ó São Paulo este sacrifício...", senão dando graças a Deus pelas vitórias que estes alcançaram, implora sua ajuda para que os mesmos santos de quem lembramos na terra, se dignem a interceder por nós no céu.

Cap. IV - Do Cânon da Missa
E sendo conveniente que as coisas santas devem ser operadas santamente, e constando ser este sacrifício o mais santo de todos, estabeleceu há muitos séculos a Igreja Católica para que se oferecesse e recebesse digna e reverentemente o sagrado Cânon, tão limpo de todo erro que nada inclua que não dê a entender em máximo grau, certa santidade e piedade, e eleve a Deus os ânimos dos que sacrificam, porque o Cânon consta das mesmas palavras do Senhor e das tradições do Apóstolos assim como também dos piedosos estatutos dos santos Pontífices.

Cap. V - Das cerimônias e ritos da Missa
Sendo tal a natureza das pessoas que não se possa elevar facilmente a meditação das coisas divinas sem auxílios ou meios extrínsecos, nossa piedosa Mãe, a Igreja, estabeleceu por estes motivos, certos rituais a saber: que algumas palavras da Missa sejam ditas em voz baixa, e outras com voz mais elevada. Além disso, se valeu de cerimônias como bençãos místicas, luzes, incensos, ornamentos e outras muitas coisas deste gênero, por ensinamentos e tradição dos Apóstolos, com a finalidade de recomendar por este meio a majestade de tão grande sacrifício e excitar os ânimos dos fiéis por estes sinais visíveis de religiosidade e piedade à contemplação dos altíssimos mistérios que estão ocultos neste sacrifício.

Cap. VI - Da Missa em que comunga somente o sacerdote
Gostaria por certo, o Sacrossanto Concílio que todos os fiéis que assistem às missas comungassem, não apenas espiritualmente, mas também recebendo sacramentalmente a Eucaristia, para que deste modo lhes resultasse um futuro mais abundante deste santíssimo sacrifício. Todavia, nem sempre ocorre isto, e nem por isso classifica como privadas e ilícitas as Missas em que apenas o sacerdote comunga sacramentalmente, porém, pelo contrário, as aprova e as recomenda, pois aquelas Missas também devem ser tomadas com toda verdade comuns de todos, parte porque o povo comunga espiritualmente nelas, e parte porque se celebram por um ministro público da Igreja, não apenas por si, mas por todos os fiéis que sejam membros do corpo de Cristo.

Cap. VII - Da água que deve ser misturada ao vinho que é oferecido no cálice
Alerta também o Santo Concílio, que é preceito da Igreja, que os sacerdotes misturem água com o vinho que haverão de oferecer no cálice, seja porque se crê que assim o fez Cristo nosso Senhor, seja também porque na chaga de seu lado, na cruz, verteu água e sangue, cuja mistura nos recorda aquele mistério, e chamando o bem-aventurado Apóstolo São João, aos povos de "Águas", se representa a união do mesmo povo com sua cabeça, Cristo.

Cap. VIII - Não se celebre a Missa em língua vulgar: explique-se seus mistérios ao público
Ainda que a Missa inclua muita instrução para o povo fiel, sem dúvida não pareceu conveniente aos Padres que ela seja celebrada em todas as partes em língua vulgar. Por este motivo, ordena o Santo Concílio aos Pastores e a todos que tenham cura de almas, que conservando em todas as partes o ritual antigo de cada igreja, aprovado por esta Santa Igreja romana, Mãe e Mestra de todas as igrejas, com a finalidade de que as ovelhas de Cristo não padeçam de fome, ou as crianças peçam pão e não haja quem o reparta, exponham freqüentemente por si ou por outros, algum ponto dos que se leêm na Missa, no tempo que esta se celebra entre os demais, declarem especialmente nos domingos e dias de festa, algum mistério deste santíssimo sacrifício.

Cap. IX - Introdução aos Cânones seguintes
Como se espalharam neste tempo muitos erros contra estas verdades de fé fundadas no Sacrossanto Evangelho, nas tradições dos Apóstolos e na doutrina dos santos Padres, e muitos ensinam e disputam muitas coisas diferentes, o Sacrossanto Concílio, depois de graves e repetidas discussões feitas com maturidade sobre estas matérias, determinou por consentimento unânime de todos os Padres, condenar e desterrar da Santa Igreja por meio dos Cânones seguintes todos os erros que se opõe a esta puríssima fé e sagrada doutrina.

Cânones do Sacrifício da Missa
Cân. I - Se alguém disser que não se oferece a Deus na Missa um verdadeiro e apropriado sacrifício ou que este oferecimento não é outra coisa senão recebermos a Cristo para que o possamos engolir, seja excomungado.
Cân. II - Se alguém disser que naquelas palavras: "Fazei isto em memória de Mim", Cristo não instituiu como sacerdotes os Apóstolos, ou que não lhes ordenou e aos demais sacerdotes que oferecessem Seu Corpo e Sangue, seja excomungado.
Cân. III - Se alguém disser que o sacrifício da Missa é apenas um sacrifício de elogio e de ação de graças, ou mera recordação do sacrifício consumado na cruz, mas que não é próprio, ou que apenas é aproveitável àquele que o recebe, e que não se deve oferecer pelos vivos nem pelos mortos, pelos pecados, penas, satisfações nem outras necessidades, seja excomungado.
Cân. IV - Se alguém disser que se comete blasfêmia contra o Santíssimo Sacrifício que Cristo consumou na cruz ao se realizar o sacrifício da Missa, ou que por este se anula aquele, seja excomungado.
Cân. V - Se alguém disser que é uma impostura celebrar Missas em honra dos Santos e com a finalidade de obter sua intercessão junto a Deus como ensina a Igreja, seja excomungado.
Cân. VI - Se alguém disser que o Cânon da Missa contém erros, e que por esta razão ela deve ser anulada, seja excomungado.
Cân. VII - Se alguém disser que as cerimônias, vestimentas, e sinais externos que usa a Igreja Católica na celebração das Missas, são muito mais incentivos de impiedade que obséquios piedosos, seja excomungado.
Cân. VIII - Se alguém disser que as missas nas quais apenas o sacerdote comunga sacramentalmente são ilícitas, e que por este motivo devem ser abolidas, seja excomungado.
Cân. IX - Se alguém disser que deve ser condenado o ritual da Igreja Romana devido ao fato que algumas palavras do Cânon, e as palavras da consagração são ditas em voz baixa, ou que a Missa deve ser dita sempre em língua vulgar, ou que não se deve misturar água ao vinho do cálice que será oferecido, porque isto é contra a instituição de Cristo, seja excomungado.

Decreto sobre o que há de se observar e evitar na Celebração da Missa
Quanto ao cuidado deve ser tomado para que se celebre, com todo o culto e veneração que pede a religião sobre o santo sacrifício as Missa, facilmente poderá ser compreendido por qualquer pessoa que considere o que diz a Sagrada Escritura: "maldito aquele que executa com negligência a obra de Deus".
E se necessariamente confessamos que a nenhuma outra obra podem manejar os fiéis cristãos, tão santa e tão divina como esse tremendo mistério no qual todos os dias é oferecida a Deus em sacrifício, pelos sacerdotes no altar, aquela hóstia vivificante, pela qual nós fomos reconciliados com Deus Pai, é muito importante que seja observado que se deve colocar todo o cuidado e diligência em executá-la, com maior inocência e pureza interior de coração e demonstração exterior de devoção e piedade que seja possível.
E constando ainda que foram introduzidos, seja pelo vício dos tempos, seja por descuido ou malícia dos homens, muitos abusos alheios à dignidade de tão grande sacrifício, decreta o Santo Concílio, para restabelecer sua devida honra e culto, à glória de Deus e à edificação do povo cristão, que os Bispos Ordinários dos lugares cuidem com esmero e estejam obrigados a proibir e retirar tudo o que foi introduzido pela avareza, culto dos ídolos, ou irreverência que não se pode encontrar separada da impiedade, ou a superstição, falsa imitadora da piedade verdadeira.
E para compreender muitos abusos em poucas palavras, em primeiro lugar, proíbam absolutamente (o que é próprio da avareza), as condições de quaisquer espécies de pagamentos, os contratos e o quanto se dá pela celebração de novas Missas, igualmente as importunas e grosseiras cobranças das esmolas, cujo nome mereceriam ser de imposições, e outros abusos semelhantes, que não ficam muito distantes do pecado da ambição ou ao menos de uma sórdida ganância. Além disso para que se evite toda a irreverência, cada Bispo deve ordenar em sua diocese, que não seja permitido a nenhum sacerdote vago e desconhecido, celebrar Missa, bem como que sirva ao santo altar, ou que assista os ofícios qualquer pecador público e notório.
Também não deve ser permitido que o Sacrifício da Missa seja celebrado por seculares ou regulares, quaisquer que sejam, em casas particulares, nem absolutamente, fora da igreja e oratórios unicamente dedicados ao culto divino, os quais deverão ser assinalados e visitados pelos Ordinários, com a condição de que os assistentes declarem com a decente e modesta compostura de seu corpo, que assistem a essa missa não apenas com o corpo, mas também com ânimos e afetos devotos de seu coração.
Afastem também de suas igrejas aquelas músicas em que, seja com o órgão, seja com o canto se misturem a coisas impuras e lascivas, assim como toda conduta secular, convenções inúteis, e consequentemente profanas, passos, estrondos, e vozerios, para que prevenido este fato, pareça e possa com verdade chamar-se casa de oração, a casa do Senhor
Atualmente, para que não se dê lugar a nenhuma superstição, proíbam por editais, e com imposição de penalidades, que os sacerdotes celebrem fora das horas devidas e se valham, na celebração da missa, de outros rituais ou cerimônias e orações que aquelas que sejam aprovadas pela Igreja, e adotadas pelo uso comum e bem recebido.
Sejam abolidos da Igreja o abuso de dizer certo número de Missas com determinado número de luzes, inventando muito mais por espírito de superstição que de verdadeira religião, e ensinem ao povo qual é e de onde provém especialmente o fruto preciosíssimo e divino deste sacrossanto sacrifício.
Advirtam igualmente ao seu povo para que compareçam com freqüência a suas paróquias, pelo menos aos domingos e festas de guarda.
Todas estas coisas, que sumariamente ficam mencionadas, se propõe a todos os Ordinários dos lugares para que não apenas as proíbam ou ordenem, ou as corrijam ou as estabeleçam, bem como todas as demais que julguem condizentes com o mesmo objetivo, valendo-se da autoridade que lhes foi concedida pelo Santo Concílio e também como delegados da Sé Apostólica, obrigando aos fiéis a observá-las inviolavelmente e se assim não o fizerem, deverão sofrer censuras eclesiásticas e outras penas que estabeleçam a seu arbítrio, sem que sejam opostos quaisquer privilégios, exceções, apelações ou costumes.