quinta-feira, 20 de junho de 2013

PROFECIAS PARA ESTE TEMPO: BEATO CARMELITA DESCALÇO FRANCISCO PALAU


PROFECIAS PARA ESTE TEMPO:

BEATO CARMELITA DESCALÇO FRANCISCO

PALAU

                                                  O Beato Francisco Palau y
Quer O.C.D. anteviu para nossa era a libertação

de Satanás anunciada no Apocalipse

O bem-aventurado Francisco Palau y Quer O.C.D. nasceu no dia 20 de dezembro de

1811 em Aitona, na província espanhola de Lérida, e faleceu 20 de março de 1872

socorrendo as vítimas de uma epidemia em Tarragona.

Fundou em Barcelona a “Escola da Virtude”, modelo de ensino catequético. Em 1860-

61 fundou congregações de irmãos e irmãs carmelitanas terceiras, que deram origem

posteriormente às congregações de Carmelitas Missionárias Teresianas e às

Carmelitas Missionárias.

Pregou missões populares e difundiu a devoção a Nossa Senhora. Foi beatificado em

24 de abril de 1988. Sua festa litúrgica se celebra em 7 de novembro.

O Beato Palau professou solenemente seus votos na Ordem Carmelitana em 15 de

novembro de 1833, tempo de perseguição religiosa. Em 25 de julho de 1835 as turbas

republicanas, socialistas e comunistas incendiaram os conventos e as casas religiosas,

inclusive o convento do Beato.

Ele teve que partir para o exílio e usou o resto de sua vida o hábito carmelita por baixo

de uma batina de padre secular.

Escolheu para morar uma gruta a dois quilômetros de Aitona, hoje conhecida como

Cueva del Padre Palau e transformada em santuário mariano.

Mas a perseguição chegou até ali. Ele sofreu atentados de morte e teve de partir para o

exílio na França, onde residiu por onze anos até 1851. Na França, a sua fama de

santidade se espalhou entre o povo e a nobreza, pelo que também foi perseguido pelo

anticristianismo.

Voltou à Espanha em 13 de abril de 1851. Nomeado diretor espiritual do seminário

diocesano de Barcelona, ele organizou a “Escola da Virtude” na paróquia de Santo Agostinho.


Gruta de Aitona, onde foi ermitão, hoje é local de romaria



O extraordinário sucesso da Escola em tirar o povo da influência revolucionária
anticristã motivou arruaças socialistas e comunistas.
O governo liberal desterrou então o Beato Palau para a ilha de Ibiza, onde ele
permaneceu durante seis anos e fundou uma ermida consagrada a Nossa Senhora das
Virtudes, primeiro santuário mariano da ilha.
É autor de vários livros. No fim de sua vida dirigiu e foi o principal redator do
semanário “El Ermitaño”, onde publicou suas reflexões sobre o presente e o futuro da
Igreja. Seus escritos se destacam pelas suas luzes proféticas.
Nos anos finais de sua vida o Beato Palau trabalhou muito como exorcista. Até
concebeu o projeto de uma Ordem de exorcistas e enviou ao Concilio Vaticano I um
amplo escrito sobre o tema.
Muitas das formulações mais caras ao Beato encontram-se incluídas no exorcismo
para uso público e privado aprovado por S.S. Leão XIII.
Em seu jornal “El Ermitaño”, o Beato Palau tratou especialmente dos eventos de
sua época.
Ele via os problemas religiosos, políticos, sociais, econômicos – e até tecnológicos
– como fazendo parte de um só e imenso movimento que, animado por Lúcifer e seus
sequazes, procurava derrubar a Igreja Católica e a ordem social cristã.
Arguto e intenso analista das informações que chegavam a Barcelona através dos
jornais e telégrafos, ele teceu visualizações inspiradas pela Fé e pelos seus estudos
teológicos às quais é difícil recusar uma inspiração profética.
Sua linguagem, como era usual em seu tempo, utiliza muitas figuras e símbolos.
Por exemplo, no artigo seguinte, intitulado “Um cometa”, publicado em 25 de Agosto
de 1870. O cometa simboliza e sinaliza aqui a libertação de Satanás, para fazer os
danos ao mundo previsto no Apocalipse:
 

 







Exilado em Ibiza, ía ao rochedo Vedrá (foto) fazer retiro espiritual


“Eu vi um cometa, o mesmo cometa, aquele sinal misterioso, sobre o qual fiz
tantas reflexões. Sua cauda tinha forma de espada, de uma espada de fogo que
lançava bolas de fogo em direção à terra. Eu fiquei atento olhando para a espada.
Horrivelmente fiquei tomado de espanto, porque apareceu uma mão misteriosa que
empunhou a espada, e na hora pelo orbe inteiro se ouviram hinos de guerra: guerra
no mundo oficial político, guerra entre os reis, guerra por razões de interesse
puramente material.”
“Enquanto eu olhava a mão que empunhava a espada de aço voltada contra a
cabeça dos reis, saiu do cometa outra cauda, e apareceu na hora uma outra mão que
pegou a cauda do cometa que era toda de fogo e em forma de espada, e entre trovões
e relâmpagos a espada jogava raios e faíscas contra o globo terrestre, e as duas
espadas, batendo entre elas, acendiam sobre a terra a mais encarniçada guerra que
os séculos já viram: na política e na religião: uma guerra universal. (...)”
“O cometa era um sinal colocado no firmamento do mundo espiritual. Ele joga
uma luz que ilumina a história presente e vindoura deste mundo material visível
onde acontece a atividade humana. (...)”
“A luz desse cometa ilustra o cumprimento desta profecia: ‘Satanás será solto da
prisão. Sairá dela para seduzir as nações dos quatro cantos da terra. ’” (Ap. 20, 7-8)
 





Satanás desencadeado seduziu todos os reis e todos os príncipes da terra; ele voltou
suas espadas e cetros contra a Igreja: esta é a sua obra.”
“O cometa mostra duas mãos e as duas empunham uma espada, e as duas vão contra
Cristo e sua Igreja, e anunciam uma guerra igual à dos primeiros séculos, porém
mais horrorosa, sem comparação. (...)”
“Satanás desencadeado consumou sua maldade, porque obteve nesta ordem material
política a apostasia de todos os reis e governos.”
“Eu, o Ermitão, percebendo este fato, peguei dois pedaços de madeira, fiz uma Cruz e
escrevi nela Quis ut Deus? (...)”
“O cometa significa e desvenda o desencadeamento e a libertação do diabo e, em
conseqüência, a apostasia predita pelo apóstolo: um reino de trevas e de maldade,
uma época de incredulidade e de erros.”
“O cometa sinalizará o anátema, a maldição, a morte, a guerra e a anarquia social;
dias de luto e pranto. E quando o Ermitão viu este sinal, quer dizer, o diabo
desencadeado, vos disse, e vos repete sempre a mesma coisa, certo de que o tempo
confirmará a verdade destes fatos.”


Beato Francisco Palau O.C.D.: Lúcifer, autor da revolta no Céu, instiga
uma revolução análoga na Terra


 
 
 
 
As antevisões do Beato Francisco Palau y Quer O.C.D. (1811-1872) impressionam pela

penetração e riqueza de panoramas.

As suas previsões referentes aos dias de hoje são surpreendentemente detalhadas,

abrangentes, fruto de longos estudos dos autores sagrados, Doutores e grandes

teólogos da Igreja.

O Beato via os eventos históricos futuros imediatos se desenvolvendo segundo uma

seqüência fundamental:
 
1°. A marcha do mundo em direção à dissolução social e ao estabelecimento de uma
anti-ordem caótica como fruto de uma Revolução anticristã;
2°. A denúncia dessa Revolução por um enviado de Deus e seus discípulos, seguida da
justa punição divina da iniqüidade;
3°. A restauração da Igreja e das nações por obra do Espírito Santo e o advento de um
período em que as pessoas imbuídas do espírito do Evangelho dariam uma glória a
Deus historicamente inigualável. Esse período histórico duraria até o fim do mundo.



 
O bem-aventurado frade deplorava as sucessivas quebras das instituições
fundamentais da ordem cristã como a família e a propriedade.
Lamentava a demolição da moralidade e dos estilos de vida tradicionais, minados
pela revolução industrial. Condenava a derrubada das formas tradicionais de governo
por constantes golpes políticos.
Não aceitava que todas essas demolições convergentes fossem resultado do
acaso. Pelo contrário, a variedade imensa das crises era para ele resultante de uma
causa única.
Ele se perguntava se por detrás delas, no comando, não havia alguma inteligência
forçosamente diabólica.
Sim, respondia ele, o próprio Lúcifer, que seduziu um terço dos anjos no céu,
apoderou-se do coração de uma série de homens-chave na Terra e mais uma vez
ergueu a bandeira da revolta.
 
Esse novo Non serviam (“Eu não servirei”) é a grande causa das crises no mundo,
concluía. E essa para ele tinha um nome: “Revolução”.
 
 

“O que é a Revolução? – explicou – É hoje na Terra aquilo mesmo que aconteceu
no Céu quando Deus criou os anjos: Satanás (...) seduziu todos os reis e governos da
terra e com a bandeira ao vento dirige seus exércitos na guerra contra Deus, (...) isto é
 
revolução, isto é anarquia entre os homens e guerra contra Deus” (“Triunfo de la
Cruz”, El Ermitaño, Nº 125, 30-3-1871.).
 
 

“Satanás é o pai da Revolução – ensinava, parafraseando um célebre escrito de Mons.
de Ségur –, essa é a obra dele, iniciada no Céu e que vem se perpetuando entre os
homens de geração em geração.
“Por primeira vez após seis mil anos ele teve a ousadia de proclamar diante do Céu e
da Terra o seu verdadeiro e satânico nome: Revolução!
 
“A Revolução tem como lema, a exemplo do demônio, a famosa frase: não obedecerei!
 
 
Satânica em sua essência, ela aspira a derrubar todas as autoridades e seu objetivo
 
derradeiro é a destruição total do reino de Jesus Cristo sobre a terra” (“Adentros del
 
 
 

catolicismo – abominaciones predichas por Daniel profeta en el lugar santo:
 
 
Apostasía”, El Ermitaño, Nº 21, 25-3-1869.).
 
 

Segundo o bem-aventurado, essa Revolução realiza os anúncios das Sagradas
Escrituras relativos à apostasia dos últimos tempos. A análise racional, tranqüila e
vigorosa dos acontecimentos sociopolíticos contemporâneos o confirmava nesta sua
convicção.
 
A Revolução leva a uma catástrofe que o Beato Palau queria evitar
 
No século XIX a humanidade imergia de modo displicente e veloz na anarquia,
impelida pelas tendências desordenadas que alimentam a Revolução, especialmente o
orgulho e a sensualidade. Por isso, o Beato Palau concluiu que a dinâmica
revolucionaria impulsiona o mundo de modo implacável ao caos e ao desaparecimento
da ordem social.
O beato usava como exemplo um acidente ferroviário que abalou seus
contemporâneos. Um temporal derribara uma ponte na Catalunha, e um trem
expresso – naquela época símbolo embriagador do progresso industrial – sem saber
do acontecido, precipitou-se no abismo durante a noite.
Ele viu no acidente uma parábola do mundo superficial e despreocupado, portador de
restos de cultura e religião, sendo conduzido pela Revolução rumo a uma catástrofe
que o bem-aventurado desejava evitar, mas que ninguém queria ouvir falar:
 
“Uma horrorosa catástrofe anunciada pelos profetas, por Cristo, pelos Apóstolos
e por todos os porta-vozes mais autorizados do catolicismo. A sociedade atual,
conduzida em massa pelo poder das trevas e pelo poder político, subiu num trem. Mas
os maquinistas a levam para os infernos. A estação de onde saiu chama-se Revolução,
a próxima estação chama-se Catástrofe Social.”
“Agora o trem circula entre uma estação e outra. Os passageiros não pensam, o
 
Ermitão dá berros fortíssimos: ‘Parem, voltem atrás!’.”
 
 
“Mas essa voz, que é a própria voz do catolicismo, é sufocada pelo ruído do trem.
(...) A tempestade levou a ponte. Era noite e o trem que partiu de Gerona ia em frente.
Os viajantes não sabiam do perigo, mas a ponte não estava ali. As trevas escondiam o
risco, até chegar ao abismo. A locomotora deu um pulo e não tinha asas, faltavam os
trilhos, só havia o precipício. Ela caiu, arrastando consigo os carros e os passageiros. E
as águas os engoliram.”
“Eles não acreditaram no perigo, mas ele existia, era verdadeiro, e a
incredulidade não os salvou, mas os perdeu.”
“Os maquinistas e condutores do trem para onde vai à sociedade atual estão
ébrios, perderam o juízo. Não vedes que não acertam uma?”
“Descei enquanto puderdes, e jogai-vos nos braços da Igreja (a autêntica, Aquela
 
que não apostatará) vossa Mãe, e assim vos salvareis.” ("Catástrofe social", El
Ermitaño, Nº 40, 5-8-1869)
 
 
 
 
Como a Revolução satânica se infiltrou na Igreja


 
 
 
 
(Rembrandt (1606 – 1669), Nationalmuseum, Estocolmo)
 
O Bem-aventurado Francisco Palau e Quer O.C.D. tomava como ponto de partida
em seus escritos proféticos os fatos políticos, sociais e religiosos que lhe tocava assistir
no dia-a-dia. E os analisava conscienciosamente à luz da Fé e dos dados dos doutores
da Igreja.
Ele expunha suas conclusões através de uma linguagem rica em imagens, visando
torná-las acessíveis aos leitores de seu jornal “El Ermitaño”.
Assim, ele apresentou uma conversação figurada do personagem principal de sua
revista – “o ermitão” – com o próprio Deus, sobre o Concílio Vaticano I, que tantos
benefícios trouxe para a Igreja.
Nela, o Beato põe nos lábios de Deus a seguinte explicação:
 
“Por causa da corrupção dos costumes [Satanás] se introduziu no Sancta
Sanctorum e, enquanto comanda todos os reis e poderes políticos da terra em
batalha contra Mim, desde o exterior da Cidade Santa, paralisa de dentro a Minha
ação, entorpece Meus empreendimentos e frustra Meus projetos” (“Roma vista desde
 
 
la cima del monte”, El Ermitaño, Nº 58, 9-12-1869).
 
 

Entre os instrumentos desta ofensiva interna contra a Igreja ele apontava uns
estranhos “sacerdotes” do demônio:
“Alguns destes homens e mulheres exibem uma virtude religiosa aparente, vão se
confessar, ouvir a missa, comungam com frequência, mas o que há com eles? Horror!
“Recolhem as formas eucarísticas, levam-nas para casa e as apresentam em
sessões satânicas para serem espezinhadas. Esses são os Judas dentro do próprio
santuário, que introduziram os demônios no local onde não tem direito, e encheram o
templo de Deus de abominações” (“El maleficio”, El Ermitaño, Nº 103, 27-10-1870).
“Satanás entrou no santuário – acrescentava o religioso carmelitano – e o encheu de
abominações, sustentado por poderes que se intitulam católicos, e que de dentro do
próprio santuário fazem guerra contra nós, uma guerra atroz, a mais perigosa que a
Igreja já teve que enfrentar. (...)
“(...) porque ao inimigo convém nos combater a partir de dentro da fortaleza, e por
isso ele usa a roupagem e o nome de católico, e com essa fachada se apresenta em
certos atos religiosos para fascinar as turbas e criar confusão até no céu”
(“Campamento de epidemia en Vallcarca”, El Ermitaño, Nº 99, 29-9-1870).
Em 1968, S.S. Paulo VI afirmou que “a fumaça de Satanás entrou no lugar sagrado”
(Discurso ao Pontifício Seminário Lombardo, 7-12-68, Insegnamenti di Paolo VI,
Tipografia Poliglotta Vaticana, 1968, vol. VI, p. 1188; e Homilía “Resistite Fortes in
fide”, 29-6-1972, ibid., 1972, vol. X, p. 707).
Cem anos antes, o bem-aventurado carmelita já denunciava com horror esta
infiltração na Igreja.
 
Misteriosa estirpe espiritual de Judas agindo na Igreja
 
Em numerosas ocasiões, o bem-aventurado alude à existência de um “Judas”

enquistado na Igreja.

Com esta expressão ele não se referia a um indivíduo em particular, mas a uma

espécie de estirpe espiritual que ao longo dos séculos trabalha dentro da Igreja contra

Ela.

Segundo ele, essa linhagem do mal se manifestou de modo patente em certos

heresiarcas, mas na maior parte do tempo agiu em segredo, escondida da massa do

clero e dos fiéis.

No quê consiste essa estirpe? Como entrou na Igreja sacrossanta? Como pôde

manter-se n’Ela? Como age? Qual é o seu sinal distintivo?

O santo religioso não se estendeu muito em pormenores históricos. Ele via,

porém, que ao longo dos séculos sempre houve manobras diabólicas para infiltrar

agentes e organizá-los dentro da Igreja.

O primeiro instrumento foi o próprio Judas Iscariotes, que dá o nome a esta

estirpe do mal.

Mas o Iscariotes acabou se autodenunciando quando vendeu o Cordeiro

Imaculado ao Sinédrio.

Porém, poucos anos depois, nos tempos apostólicos, este filão da perdição já

estava agindo.

É o que diz São João em sua primeira epístola:

“18. Filhinhos, esta é a última hora. Vós ouvistes dizer que o Anticristo vem. Eis

que já há muitos anticristos, por isto conhecemos que é a última hora.

“19. Eles saíram dentre nós, mas não eram dos nossos. Se tivessem sido dos nossos,

ficariam certamente conosco. Mas isto se dá para que se conheça que nem todos são

dos nossos.” (I Jo. II, 18-19)

O Apóstolo amado acrescenta que “o espírito do Anticristo de cuja vinda tendes

ouvido, já está agora no mundo”. (I Jo. IV, 3)
Os Atos dos Apóstolos (cfr. Act, VIII, 9-24) narram a história de Simão o Mago,
que Santo Irineu qualifica de pai de todas as heresias (“Adversus Hereses”, livro I,
cap. 23).
O bem-aventurado carmelita atribui à gestação dos erros e desordens na Igreja a
esta estirpe de Judas:
“Judas e o diabo se combinaram contra Cristo, mas os dois foram expulsos do
colégio apostólico. (...) o diabo buscou então portas para entrar no seio do catolicismo,
e as encontrou nos heresiarcas. As portas lhe foram abertas pelos próprios cristãos
que lhe entregaram as chaves da incredulidade e da corrupção das doutrinas.
“Agora ele está dentro. Desejais vê-lo? Entrai, e o que vereis?
“Vereis homens que se intitulam católicos, mas blasfemam como demônios e
perseguem com furor o catolicismo. (...)
“Vereis o diabo dentro do próprio santuário, desafiando a onipotência de Deus
com blasfêmias proferidas diante de seus altares.
“Vereis no povo católico as abominações prenunciadas por Daniel profeta. Vereis
o anticristianismo instalado no poder.
“Vereis que o diabo se introduziu no lugar sagrado, e corrompe, perverte, tenta,
prova” (“El suicidio”, El Ermitaño, Nº 87, 7-7-1870).
O Beato punha na boca de um demônio as seguintes palavras, falando desta linhagem
de heréticos:
“Nossa obra que com tanta cautela urdimos desde Judas traidor até esta data,
encobrindo o plano com que foi concebida e que com sumo prazer vemos consumada
na apostasia de todas as nações” (“Un misterio de iniquidad”, El Ermitaño, Nº 111, 22-
12-1870).
Esse plano – segundo a profética previsão do frade carmelitano – iria atingir sua
plenitude por uma misteriosa permissão divina:
“Ermitão, (...) escuta: deixa que o diabo e o ímpio completem o mistério de
iniqüidade que ele iniciou dentro do próprio santuário com Judas traidor” (“Adentros
del catolicismo”, El Ermitaño, Nº 21, 25-3-1869).
Contra essa pérfida linhagem lutaram os grandes santos da Igreja, sem nunca terem
conseguido extirpá-la completamente.
 
São Pio X, na célebre encíclica Pascendi Dominici Gregis, de 8 de setembro de
 
 

1907, condenou com luxo de detalhes a conspiração dos heréticos modernistas,
antecessores diretos dos atuais progressistas.
A descrição feita pelo Santo Pontífice da conjuração modernista concorda
admiravelmente com a idéia que o Beato Palau havia formado dessa sibilina estirpe de
Iscariotes:
“Os fautores do erro – ensina São Pio X – já não devem ser procurados entre os
inimigos declarados; mas, o que é muito para sentir e recear, se ocultam no próprio
seio da Igreja, tornando-se destarte tanto mais nocivos quanto menos
São Pio X denunciou a conspiração modernista, mas não teve tempo para extingüí-la
 
 
“Aludimos, Veneráveis Irmãos, a muitos membros do laicato católico e também,
coisa ainda mais para lastimar, a não poucos do clero que, fingindo amor à Igreja e
sem nenhum sólido conhecimento de filosofia e teologia, mas, embebidos antes das
teorias envenenadas dos inimigos da Igreja, blasonam, postergando todo o
comedimento, de reformadores da mesma Igreja; e cerrando ousadamente fileiras se
atiram sobre tudo o que há de mais santo na obra de Cristo, sem pouparem sequer a
mesma pessoa do divino Redentor que, com audácia sacrílega, rebaixam à craveira de
um puro e simples homem. (...)
“Não se afastará, portanto, da verdade quem os tiver como os mais perigosos
inimigos da Igreja. Estes, em verdade, como dissemos, não já fora, mas dentro da
Igreja, tramam seus perniciosos conselhos; e por isto, é por assim dizer nas próprias
veias e entranhas dela que se acha o perigo, tanto mais ruinoso quanto mais
intimamente eles a conhecem. Além de que, não sobre as ramagens e os brotos, mas
sobre as mesmas raízes que são a Fé e suas fibras mais vitais, é que meneiam eles o
machado. (...)
“(...) continuam a derramar o vírus por toda a árvore, de sorte que coisa alguma
poupam da verdade católica, nenhuma verdade há que não intentem contaminar (...)
com tal dissimulação que arrastam sem dificuldade ao erro qualquer incauto; e sendo
ousados como os que mais o são, não há conseqüências de que se amedrontem e que
não aceitem com obstinação e sem escrúpulos (...)
“Acrescente-se-lhes ainda, coisa aptíssima para enganar o ânimo alheio, uma
operosidade incansável, uma assídua e vigorosa aplicação a todo o ramo de estudos e,
o mais das vezes, a fama de uma vida austera.
“Finalmente, e é isto o que faz desvanecer toda esperança de cura, pelas suas
mesmas doutrinas são formados numa escola de desprezo a toda autoridade e a todo
freio; e, confiados em uma consciência falsa, persuadem-se de que é amor de verdade
o que não passa de soberba e obstinação.” (São Pio X, Encíclica Pascendi Dominici
Gregis).
 
Fonte: Blog Aparição de La Salette